[...] que fique expresso que aplaudo o que se [...) a começar a fazer no campo do reapetrechamento hospitalar e na da política do bem-estar rural e que exprimo o desejo de que nesses dois capítulos possamos vir a fazer ainda muito mais do que o que está em curso.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

haverá qualquer possibilidade de desacordo - assim pensamos - , e, para a satisfazer, necessário se torna procurar os meios necessários à promoção das receitas que lhe hão-de fazer face. Assim é que os encargos do contribuinte tiveram revisão indispensável, e que importa frisar aqui, como uma substancial quota-parte atribuída a Angola, critério geralmente aceite, e ainda bem. Todavia, parece-nos que na estimativa do que virão a ser as receitas desta província, e sobretudo tendo em atenção a situação económica presente, terá havido optimismo ou, então, se não foi assim, estaremos nós enganados. Oxalá o tempo o prove.

Entretanto, como o nosso temperamento não nos permite deixar passar em claro algumas considerações que nos ocorrem, para elas pedimos a atenção desta Assembleia.

A boa vontade e o esforço contínuo constantemente aplicados algo farão para que aumentem as exportações de Angola, quer dos seus produtos industriais, quer dos agrícolas; porém, há que não ig norar como se encontram uns e outros e os reflexos que tem na situação económica daquela nossa província.

Apesar dos extraordinários esforços levados a cabo no sentido de se fazer a integral colheita do café, que se anunciava excepcionalmente boa, a verdade é que as estimativas mais concretas que obtivemos indicam uma redução de, pelo menos, 20 000 t, o que não seria demasiado, atendendo ao momento em que a colheita se processou, mas percentagem muito elevada do produto resultou de baixa qualidade, devido ainda às mesmas tristes circunstâncias. Não obstante os acordos internacionais, nomeadamente o interafricano, cujas últimas decisões nos trouxeram um inegável e imediato benefício - embora se devam fazer reservas quanto ao futuro - , não se apresentam brilhantes as perspectivas e há que não esquecê-lo.

É verdade reconhecida que se impõe a diversificação das culturas em Angola, e, paralelamente aos esforços do particular, outros terão de ser feitos, em larga escala, para além do apoio que deve ser dado aos dos primeiros.

O ubérrimo solo de Angola quase não põe limites ao que dele se queira obter; porém, assim como se deve procurar impedir a insistência nas culturas inadequadas ou economicamente mais débeis, tudo deve ser feito para desenvolver aquelas que, pela sua natureza de êxito previamente assegurado, permitem fundamentar toda a esperança no seu resultado.

Além do café - principal produto agrícola de Angola -, que só por si justificaria imensas considerações, outros produtos há entrados na tradição da cultura angolana, como o sisal, o milho, a cana sacarina, o algodão, as várias oleaginosas, que, com vicissitudes várias, vão compensando os produtores e, melhor ou pior, animando-os no prosseguimento do seu cultivo. Mas, se reconhecida a necessidade de diversificação das culturas, parece impor-se a obra de divulgação delas, promovendo todas as medidas necessárias à sua consecução.

Nesta breve análise não me é possível cit ar números, mas fácil seria demonstrar a conveniência e o alto interesse de desenvolver as culturas de amendoim (já existente em moldes primários), do tabaco, das citrinas, dos pomares, do arroz, do feijão, da oliveira e de todos os outros produtos de colocação assegurada que aguardam incremento de cultura com vista a um concreto benefício da economia de Angola.

A borracha, que já teve um período de interessante desenvolvimento, devia ser cultura a incrementar, até porque a indústria que a utiliza está a desenvolver-se em moldes que tornam previsível a importação dela em larga escala, operação que não faz sentido quando o produto se pode obter no local.

Nos últimos anos tem baixado imenso a produção do rícino, produto de constante interesse, cuja cultura deveria ser incrementada com medidas adequadas.

Esperemos que os problemas indicados tenham a atenção devida e se procure resolvê-los pela forma que melhor sirva os interesses de todos, que o mesmo é dizer os interesses nacionais.

No campo industrial assistimos a um desenvolvimento dos sectores já existentes - conservas, farinha e óleos de peixe, minérios, cervejas, tecidos, cimentos, grossarias, açúcar; e outras indústrias, iniciadas não há muito, mas cuja laboração está em franco desenvolvimento ou em vias de este ser incrementado, como pneus, celulose, petróleos, etc.

Na instalação e desenvolvimento destas indústrias, quer as novas, quer as já criadas de há muito, verifica-se uma participação de capitais nacionais e mesmo estrangeiros, acolhidos com entusiasmo pelo progresso que representam. Porém, há que criar condições de incentivar este surto de investimentos, já que, por tão imprescindíveis, se podem e devem considerar como problema requerendo solução urgente. Lembro, a propósito, intenções manifestadas por financeiros metropolitanos que esperam concretização, talvez por não estarem estabelecidas as condições necessárias ou que por tal se entendam; em qualquer c aso, algo seria de se fazer no sentido de conciliar a boa vontade de uns, as necessidades de outros e os imperativos que tornem viável esse entendimento.

Na base desta solução, que se pretende seja encontrada, situamos o saneamento da situação cambial de