erguer-se e constituir-se no que é na actualidade, um grande e vigoroso povo de mais de 23 milhões de homens, mulheres e crianças de todas as raças e de todas as cores, de olhos corajosamente postos no futuro de uma grande Pátria, engrandecida e respeitada.

Nós, gente de Moçambique, continuamos, lá longe, nas praias brancas banhadas pelas águas tépidas do Indico, de olhos postos nesse mar oriental em cujas águas navegaram as caravelas portadoras da primeira mensagem civilizadora da Mãe-Pátria, com a mesma inquebrantável certeza, que continua a aquecer os nossos corações, que, através desse mesmo mar ou já agora em pleno século das mais audaciosas conquistas científicas, também pelo ar, essa mesma Mãe-Pátria continuará a enviar-nos o seu conforto espiritual e moral, o seu auxílio material e também as expressões mais límpidas de uma verdadeira e incontestável justiça.

Esperamos, portanto, que ao desenvolvimento económico de Moçambique, como ao do resto do ultramar português, seja dada uma verdadeira prioridade, como a maior obra nacional dos nossos dias, que precisa de ser solucionada com a maior urgência e, sobretudo, com a maior inteligência, para que tudo quanto se fizer se reproduza em benefícios e progresso para a comunidade portuguesa; que nada se perca, que todos os empreendimentos lançados no ultramar frutifiquem e se convertam em realizações que satisfaçam ao bem comum.

Pedimos, pois, e esperamos que o Governo Central mande proceder a uma revisão completa de toda a legislação que, elaborada e publicada numa época em que dominava o pensamento colonialista, com todos os seus erros de visão, impede e prejudica o livre desenvolvimento do ultramar.

O Sr. Presidente: -Se V. Ex.ª não vir nisso qualquer inconveniente, terminada que foi a primeira parte do seu discurso, eu interromperia agora, ficando V. Ex.ª com a palavra reservada para amanhã.

O Orador: - Decerto. Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Não quero também deixar de dizer a todos VV. Ex.ªs que, naturalmente, terei de cortar algumas intervenções no período de antes da ordem do dia,

para que nos termos constitucionais, se possa proceder à discussão, na generalidade e na especialidade, a votação da proposta de lei de autorização das receitas e despesas para 1963.

Contrariar-me-á muito se tiver de o fazer, mas VV. Ex.ªs certamente, serão os primeiros a compreender as razões e a concordar inteiramente comigo, atendendo a que, pelos motivos indicados, não poderei proceder de outra maneira, dada a posição em que me encontro.

O debate continuará amanhã, com a mesma ordem do dia.

Está encerrada a sessão.

Eram 19 horas e 30 minutou.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Agnelo Orneias do Rego.

Agostinho Gabriel de Jesus Cardoso.

Alberto Pacheco Jorge.

Antão Santos da Cunha.

António Augusto Gonçalves Rodrigues.

António da Purificação Vasconcelos Baptista Felgueiras. António Tomás Prisónio Furtado.

Armando Francisco Coelho Sampaio.

Artur Alves Moreira.

Belchior Cardoso da Costa.

Carlos Monteiro do Amaral Neto.

Ernesto de Araújo Lacerda e Costa.

José Augusto Brilhante de Paiva.

Manuel Amorim de Sousa Meneses.

Manuel Tarujo de Almeida.

Olívio da Costa Carvalho.

Purxotoma Ramanata Quenin.

Ulisses Cruz de Aguiar Cortês.

Urgel Abílio Horta.

Vítor Manuel Dias Barros.

Voicunta Srinivassa Sinai Dempó.