(a) Compreendo, além da variação resultante do movimento de compras e vendas de ouro e divisas, os ajustamentos contabilísticos determinados pelo novo contrato com o Banco do Portugal.

(b) Inclui a entrega do 1 293 000 coutos ao F.M.I.

Nota. - Elementos elaborados pela Inspecção-Geral de Crédito e Seguros.

Este comportamento foi fundamentalmente determinado pela diminuição do crédito concedido pelo Banco de Portugal, que motivou uma mais intensiva utilização das reservas de caixa dos bancos comerciais para fazer face à expansão da procura de crédito, o que implicou, por seu turno, elevada contracção dos depósitos de bancos e banqueiros no banco emissor.

Por outro lado, o efeito expansionista determinado pelo aumento das reservas de ouro e divisas veio a ser compensado pelo aumento dos depósitos e contas correntes do Tesouro e da Junta do Crédito Público e ainda por

diferentes ajustamentos determinados pelo novo contrato celebrado entre o Estado e o Banco de Portugal.

Para aquele acréscimo das reservas de ouro e divisas contribuíram, em grande parte, a melhoria a que anteriormente se fez referência na balança geral de pagamentos da zona do escudo e ainda o apuramento de uma mais valia do ouro na posse do Banco.

Por seu turno, esta mais valia resultou da aceitação por parte do Fundo Monetário Internacional da paridade do escudo em relação ao dólar de $ 1=28$75 - igual, portanto, à que o Governo Português fixara em 1949, em seguida à crise do esterlino.

1.4. O comportamento do sistema bancário De Janeiro a Agosto de 1962 o volume do crédito distribuído pelo conjunto do sistema bancário registou uma redução de 715 milhares de contos, particularmente significativa quando comparada com o acréscimo de 664 milhares de contos verificado em igual período do ano anterior.

Nesta contracção teve influência determinante a diminuição no crédito concedido pelo Banco de Portugal através das operações englobadas na rubrica de empréstimos diversos, uma vez que a diminuição na sua carteira comercial foi, em grande parte, atenuada pelo aumento na mesma rubrica dos bancos comerciais.

Não pode, no entanto, deixar de se ter presente que no crédito distribuído não se consideraram os empréstimos concedidos pelo Banco de Fomento Nacional, que registaram no período considerado um acréscimo de 262 milhares de contos.

Deve sublinhar-se que aumentaram, de forma sensível, os totais dos depósitos - à ordem e a prazo - no conjunto do sistema bancário. Para este comportamento concorreu a favorável evolução dos depósitos à ordem no Banco de Portugal e nas caixas económicas e, no que se refere aos depósitos a prazo, a expansão registada nos bancos comerciais, no Banco de Fomento Nacional e nas caixas económicas.

Evolução da situação bancária

(Milhares de contos)

Nota. - Elementos fornecidos pela Inspecção-Geral de Crédito e Seguros. Nos oito primeiros meses do ano observou-se acréscimo de 561 milhares de contos no crédito concedido pela banca comercial, em consequência da elevada expansão da carteira comercial - ainda que parcialmente compensada pela redução observada na rubrica de empréstimos diversos.

Este incremento no crédito concedido, conjugado com uma tomada de títulos que atingiu cerca de 400 milhares de contos no período em análise, determinou pronunciada mobilização pelos bancos comerciais das suas reservas de caixa, que foram ainda afectadas pela diminuição