mostram um aumento inferior a 400 milhões de dólares durante o 1.º semestre de 1962, quando, um ano antes, haviam aumentado cerca de 870 milhões.

Importa salientar, entretanto, que a representação das reservas cambiais dos países europeus no total das reservas - que subira de 41,3 para 42,1 por cento no 1.º semestre de 1961 e para 44,1 por cento no 2.º semestre desse ano - passou para 44,8 por cento na primeira metade do ano em curso, conduzindo assim ao agravamento do problema da liquidez internacional.

(a) Este total não corresponde & soma das Importâncias indicadas para os diversos países, em virtude de certos montantes não perfeitamente individualizados. A conjuntura nos Estados Unidos Seguindo, ainda, o relatório do projecto de proposta de lei, anota-se que o ritmo de expansão da economia americana terá igualmente abrandado em relação ao observado em 1961, devido, em particular, ao menor crescimento do consumo privado e à relativa estagnação das despesas do sector público; isto apesar do incremento do investimento privado e das exportações. Parece, assim, que os Estados Unidos não conseguiram ainda ressarcir-se completamente da crise anterior, ao contrário do que seria de esperar nos meados de 1961 em face dos resultados atingidos até esse momento.

Deve, todavia, registar-se que o nível de emprego melhorou recentemente: o número de desempregados, em relação ao total da mão-de-obra, desceu do valor médio de 6,5 por cento no 1.º trimestre para 5,6 por cento no 2.º trimestre e para 5,5 e 5,3 por cento nos meses de Julho e Agosto, respectivamente. No entanto, este comportamento deve-se, essencialmente, à maior procura do sector terciário e às incorporações nas forças armadas, o que lhe tira parte do significado que poderia ter do ponto de vista da produção global. E não parece fácil que aquele indicador venha, em breve, a aproximar-se do nível dos 4 a 4,5 por cento que caracterizou os anos de 1956 e 1957.

Quanto aos salários, o respectivo índice não apresenta qualquer variação sensível desde os fins de 1961 e o mesmo se verifica nos índices de preços por grosso e no consumidor. Apesar desta evolução da actividade económica, o crédito distribuído pela banca comercial prosseguiu o seu movimento ascensional, subindo de 215 440 milhões de dólares no final de 1961 para 225 270 milhões de dólares em Setembro de 1962. E como, entretanto, os depósitos bancários apenas aumentaram de 230 290 para 230 440 milhões de dólares, as «reservas livres» dos bancos foram diminuindo por forma mais ou menos continuada, agravando a sua situação de liquidez e suscitando uma certa pressão no mercado monetário.

Nas bolsas, as cotações dos títulos, depois de uma ligeira alta no 1.º trimestre, mostram uma quebra, por vezes interrompida, mas que se intensificou fortemente com a crise de Cuba. Operou-se, recentemente, uma recuperação, mas que não é ainda suficiente para anular as perdas sofridas. Note-se, por exemplo, que o índice da Securities and Exchange Commission (base: 1957-1959 = 100) se situava em Setembro de 1962 abaixo de 118, quando em Dezembro de 1961 quase atingia 146.

Este fenómeno de descida das cotações dos títulos, com as suas conhecidas repercussões nos planos de investimento das empresas, é bastante complexo por ser resultante da interacção de numerosos factores, entre os quais se devem referir o clima de expectativa criado pelas insuficiências dos mecanismos de recuperação da actividade económica, as incertezas sobre a situação política internacional e a própria consideração das perspectivas da política interna norte-americana. Nas relações externas, apesar de se manter o acréscimo das importações, o excedente da balança de mercadorias e serviços melhorou bastante entre 1961 e 1962, devido à expansão das exportações e das receitas por serviços prestados e rendimentos recebidos. Todavia, no fim de Setembro o saldo negativo da balança geral de pagamentos era calculado em 1800 milhões de dólares - valor anual, corrigido das variações sazonais - e seria bastante superior se não se tivessem efectuado amortizações substanciais de débitos dos países europeus e adoptado diversas providências tendentes à redução do déficit cambial: diminuição das despesas externas do Governo e dos incentivos fiscais a investimentos no estrangeiro, limitação de certas importações e fomento da capacidade de concorrência dos produtos americanos.

Não obstante a melhoria do déficit da balança geral de pagamentos dos Estados Unidos, que se vem verificando lentamente desde 1959, as causas fundamentais do desequilíbrio p ersistem e entre elas avultam o peso das despesas militares, o auxílio financeiro aos países subdesenvolvidos e, também, a perda de capacidade concorrencial da economia americana.

Não surpreende assim a frequência com que o Governo dos Estados Unidos insiste junto dos países europeus para que assumam maiores responsabilidades no esforço de defesa do Ocidente e no auxílio ao «Terceiro Mundo», ao mesmo tempo que procura defender o dólar das pressões externas, recusando-se a aceitar um ajustamento do seu valor em relação ao ouro ou a instituição de novos sistemas de liquidações internacionais.