Impõe-se que esse esforço continue no sentido de completar o plano rodoviário daquela região, tão necessário à sua economia e bem-estar.

Além da estrada nacional n.º 321, a que me venho referindo, há que proceder à construção da estrada n.º 225-2, de Sobrado de Paiva a Aguiar da Beira, especialmente um troço de Castro Daire a Vila Nova de Paiva, servindo uma região agora quase inacessível, a estrada nacional n.º 225-1, de Alvarenga a Magueija, no concelho de Lamego, através de outra região privada de meios de comunicação; a estrada n.º 222, entre Resende e Bigorne, do concelho de Lamego, de grande valor económico e turístico; completar a estrada nacional n.º 329, entre Tarouca e Vila Nova de Paiva; a ligação entre Lamego, Armamar e Tabuaço, a partir da estrada n.º 226, já estudada em parte, e com a estrada n.º 323, entre Espinho, passando por Tabuaço até Moimenta da Beira, e a rectificação da estrada n.º 2, quase que se podia considerar completo o sistema rodoviário do Norte do distrito de Viseu, cujo tráfego comercial só pode ser feito através de estrada, pela ausência de caminhos de ferro.

E se o Sr. Ministro das Obras Públicas já é credor da nossa gratidão pelo muito que fez, ela aumentará na medida em que dê satisfação a estas necessidades inadiáveis numa época de vida trepidante, em que se não pode perder tempo na corrida, bem humana, para o bem-estar social e económico dos povos.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Já que a indústria, não obstante as recomendações governamentais, continua a ser tão esquiva para certas regiões, talvez porque os seus dirigentes não desejam sacrificar as seduções que os grandes centros lhes oferecem, ao menos que se dotem essas mesmas regiões de outros elementos fomentadores do seu progresso e da consequente elevação do nível de vida, através do meio de comunicação impulsionador do turismo e de outras actividades.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Como Deputado eleito pelo distrito de Viseu, que conhece o calado sofrimento da população das regiões a que me venho referindo na luta contra o inóspito da natureza, aqui deixo o meu pedido a quem de direito para a solução deste importante problema, que tanto beneficiará essa boa gente da Beira.

O esforço a despender é grande, sem dúvida, mas maior será a sua virtude, pois se orienta no sentido de beneficiar uma vasta e populosa região cheia de fé nacionalista e que julga ter chegado o momento de ver satisfeitas as suas justas aspirações.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Cardoso de Matos: - Sr. Presidente: na ordem do dia das discussões internacionais continua a ser objecto das mesmas especulações, cada vez mais claramente expressas, o chamado caso de Angola.

É evidente que para nós, portugueses, não existe uma questão circunscrita a uma província: há uma questão nacional, porque a Nação foi atacada numa sua parcela, e é o conjunto português que se defende, com a obrigação de envolver na luta todos os recursos de que dispõe, sem distinções.

Porque assim é, empenha-se o Governo em estruturar, como a circunstância aconselha, o desenvolvimento da integração efectiva do espaço económico português, embora com as cautelas e limitações necessárias em obras desta envergadura. Sabemos ser um trabalho duro, que terá de ser levado a cabo com muita tenacidade e para cujo êxito em muito terão de contribuir a compreensão e os esforços de todos.

A complexidade do problema e das soluções que melhor se lhe ajustam impede que estejam ao al cance da compreensão de vasto sector da opinião pública justamente em ocasião em que todos não serão de mais. Não é novidade a afirmação, como o não é o que os sectores responsáveis pela governação vêm fazendo no sentido de facultar um melhor conhecimento das medidas em curso, suas determinantes e fins que se pretendem alcançar. Todavia, se não são de aceitar impaciências que, não se coadunando com as dificuldades do momento, se não compadecem da morosidade que reprovam, terão de aceitar-se os reparos justificados e resultantes da ansiedade dos que, por mais expostos, mais directamente em contacto com os problemas lhes sentem a acuidade e lhes sofrem os efeitos.

Refiro-me à população de Angola e a todos os que mais directamente lhe estão ligados e cujas vidas - podemos dizer - dela dependem.

A representação que me foi confiada e que tanto me honra impõe-me o dever de aqui trazer os seus anseios e os seus cuidados, obriga-me a manifestar as suas múltiplas preocupações e até os seus naturais e humanos receios. Estes bastas vezes fundamentados na ignorância de medidas em curso ou na razão que determina a morosidade da sua execução; ou ainda, por conclusões simplistas, mas compreensíveis, resultantes de comparações de afirmações oficiais de normalização de vida com notícias como a da condecoração de briosos e heróicos soldados de Portugal por feitos praticados em tão recentes datas.

As prevenções que se façam, a luta que se desenvolva, os maiores esforços que se apliquem, não atingirão o seu fim quando visem acabar com o torpe boato enquanto não se fundamentarem na base segura de um completo noticiário de todos os acontecimentos, enquanto deles não se fizer a larga divulgação que a todos chegue e cabalmente satisfaça. Prestimosos têm sido, e de alto valor, os serviços que devemos à imprensa, mas, para além da maior latitude que a esta deve ser dada, importa criar, quanto antes, as condições que permitam a utilização de fundamental - não estiver completa e inteiramente saneada.

Se os pessimismos, as malquerenças, as dúvidas, são perniciosos à obra em curso, entendemos que nada a aju-