do País e à protecção do solo contra os fenómenos erosivos, projectando, assim, os mais benéficos efeitos na economia nacional.

Merecem igualmente o mais caloroso aplauso as medidas previstas quanto à formação do pessoal docente universitário, a intensificação da concessão de bolsas de estudo, ao reapetrechamento das Universidades e escolas e a construção de edifícios para as Universidades.

Não resta dúvida de que é premente atender-se à falta de pessoal docente universitário.

O ensino, para ser ministrado eficientemente, reclama a existência numérica de professores compatível com a frequência das escolas, e a actual situação dos corpos docentes é verdadeiramente insustentável, porque, por maior que seja o esforço de cada professor, não consegue atender o exaustivo trabalho que lhe é solicitado.

As escolas precisam, pois, de preparar convenientemente os seus futuros diplomados e cada vez o País necessita deles em maior número.

Por forma geral, é enorme a falta de técnicos para a metrópole e ultramar. Nos campos da agronomia e silvicultura, por exemplo, não há técnicos para preencherem as necessidades dos serviços oficiais, e as dificuldades ainda se agravam com a circunstância de as empresas particulares concederem regalias muito superiores às que o Estado confere aos seus funcionários.

O Sr. Martins da Cruz: - Quanto a formação de engenheiros silvicultores, desejo dizer a V. Exa. e a Assembleia que, segundo informação que possuo, a frequência dos respectivos cursos vem decrescendo nos últimos anos e que a manter-se o ritmo deste decrescimento correremos o risco de, dentro de poucos anos, aquele curso se reduzir a condições de não significado, o que acarretará ao País uma perda de milhares de contos.

O Sr. André Navarro: - Isso está absolutamente certo.

notáveis intervenções no campo económico-social do País.

Com idêntico objectivo já vinham prestando valioso auxílio os Cofres de Previdência dos Ministérios das Finanças e da Educação Nacional.

Sr. Presidente: é certo que não pode fazer-se tudo ao mesmo tempo e que tem de se estabelecer uma ordem de prioridade se quisermos trabalhar num método o segurança para chegarmos a bom termo.

De resto, só temos que render as maiores homenagens e o mais grato reconhecimento ao Governo pela forma como tem conseguido satisfazer as enormes despesas reclamadas pela defesa nacional - que bem podiam ser evitadas, se não fossem as criminosas intervenções de carácter internacional, apoiadas por alguns traidores portugueses -, sem quebra do desenvolvimento económico do País, anteriormente planeado.

Atrevo-me, todavia a solicitar a boa atenção do Governo para a necessidade que há de dar substancial apoio à investigação científica.

As medidas que vão ser tomadas, com inteira justiça e oportunidade, quanto às Universidades necessitam de ser. quase simultaneamente, completadas com as que hão-de respeitar aos outros organismos de investigação científica.

É indiscutível que em primeiro lugar se tem de dar uma boa formação ao aluno universitário, mas essa formação não pode deixar de ser, na maioria dos casos, de carácter geral.

Os conhecimentos profundos de uma especialização a que ele queira dedicar-se - e não deve perder-se de vista que a tendência científica mundial é para as especializações de âmbito cada vez mais restrito -, esses, só poderão adquirir-se com trabalho e estudo aturado em organismos de investigação especializada que disponham de vasta o bem actualizada bibliografia da especialidade.

Ora, se os alunos, ao saírem das Universidades, não encontrarem nos centros de investigação correspondentes às suas vocações e desejos a actualização necessária quilhes permita alcançar o aprofundamento científico e técnico necessário a determinado sector, para que possa contribuir proficientemente para a solução dos numerosos e variados problemas nacionais, o País não poderá tirar perfeito proveito do esforço que fez em preparar esses universitários, porque a eficiência dá sua noção sem muito reduzida.

Nós temos, Sr. Presidente, muitos problemas a resolver e estou a pensar, principalmente, no campo da agricultura. Eu sei que haverá quem me diga: na realidade temos imensos problemas e para eles precisamos de soluções práticas.

Concordo, mas na medida em que se não esqueça a frase de Claude Bernard:

Só pela investigação científica podem resolver-se. problemas práticos de ciência experimental.

Alguém escreveu algures, recentemente:

Verifica-se que é precisamente onde se observa o maior progresso económico que a investigação científica atinge nível mais elevado, intervindo, simultaneamente, como causa e efeito daquele progresso, mas mais como causa do que efeito, porque é através dela que se forma o escol de especialistas com que se guarnecem os órgãos, aos quais estão cometidas as grandes tarefas de acumular continuamente informações científicas, de aplicá-las à busca das soluções para os problemas de superação e de apoiar e, dar impulso às forças produtivas, que, são a base essencial de todo o progresso económico.

Os organismos de investigação, e continuo a pensar nos que se encontram no serviço da agricultura, porque naturalmente são os que melhor conheço, mas isso não quer dizer que não haja outros em idênticas circunstâncias, necessitam de actualizar os seus quadros e o meu material.

A Câmara Corporativa propõe no seu douto parecer a seguinte nova redacção para o artigo 19.º:

O Governo promoverá a elaboração de um programa nacional de educação e formação no qual se deverá atender às necessidades da Nação nos aspectos científico, técnico e profissional.