Na análise do conjunto partimos dos seguintes elementos-base:

Os três distritos têm, assim, 16,3 por cento da área do continente (14 470 km3), 14,4 por cento da população (l 233 629 habitantes), a que corresponde uma densidade média de 85 habitantes por quilómetro quadrado.

Não será despiciendo atender aqui a aspectos muito gerais da região conexionados com a demografia, o equipamento social, os sectores agrícolas e industriais e as comunicações.

A evolução da população nos três distritos tem-se operado em termos monos favoráveis do que a variação no conjunto do continente. É o que resulta da seguinte variação entre 1864 e 1960:

O facto ò bastante grave, relativamente ao distrito da Guarda, onde o censo de 1960 acusava uma população inferior à de 1950.

Se nos reportarmos à evolução da população dos concelhos nas últimas décadas, podemos mesmo concluir que 9 dos 17 concelhos de Coimbra, 8 dos 14 concelhos da Guarda e 5 dos 24 concelhos de Viseu tinham em 1960 menos população do que em 1940.

As taxas dos movimentos naturais da população podem apreender-se do seguinte quadro, relativo a 1960, e onde também se referem os valores de Lisboa e do Porto:

Fonte: Anuário Estatístico de 1960.

Não será difícil relacionar a baixa taxa de natalidade com o êxodo rural. A saída da população em idade viril afecta as perspectivas demográficas futuras.

Os elementos que mais facilmente se podem contabilizar no que respeita aos movimentos artificiais da população (emigração e saídas para o ultramar) revelam como tem sido notável a sangria verificada nestas regiões. Em 1960, por exemplo, a soma dos saldos do movimento emigratório e do movimento com o ultramar atingiu no continente 28 por cento do saldo fisiológico, ao passo que no distrito de Coimbra foi de 87,7 por cento, no da Guarda do 67,6 por cento e no de .Viseu de 41,7 por cento.

As saídas no distrito da Guarda em 1956 foram mesmo superiores ao saldo fisiológico desse ano.

A frequência emigratória, ou seja os emigrantes por 1000 habitantes de população, atingiu, ainda em 1960, 2,1 para Coimbra. 5,1 para a Guarda e 4,1 para Viseu, tendo-se estimado a média do continente em 2,38. E isto sem ter em conta a emigração clandestina, que se supõe relativamente elevada nalgumas regiões raianas.

Por outro lado, as migrações internas, mormente as deslocações para Lisboa, atingiram nalgumas zonas proporções de autêntica debandada. É o caso, por exemplo, dos concelhos da região da comarca de Arganil (Arganil, Góis e Pampilhosa da Serra).

Se deslocar-mos a nossa análise para os aspectos qualitativos da população, poderemos concluir que a situação nos três distritos nem sempre é lisonjeira.

A taxa média de analfabetismo era de 40,3, em 1950, para o continente e de 41,3 para o distrito de Coimbra, 44,3 para o de Viseu e 43,4 para o da Guarda.

Os progressos entretanto verificados, e que à falta de outros elementos se podem, em dada medida, apreender da observação das estatísticas respeitantes à evolução da percentagem de cônjuges analfabetos nos três distritos, não permitem grandes optimismos quanto à recuperação verificado, na Guarda e em Viseu. De facto, enquanto em 1959 a percentagem de cônjuges analfabetos (HM) era de 17,6 no continente, atingia ainda na Guarda 22,2 e em Viseu 23,7.

Para se fazer uma ideia do estado sanitário das populações poderemos lançar mão de índices tais como as taxas de mortalidade global, já referidos, de mortalidade infantil e de mortalidade por tuberculose. Um outro elemento de interesse, mas de que não me foi possível obter dados completos, diz respeito a percentagem de mancebos isentos do serviço militar.

A recuperação da mortalidade infantil tem sido importante, embora o País ainda ocupe posição pouco honrosa no concerto europeu:

A melhoria de situação na mortalidade por tuberculose encontra-se patente nos seguintes números: