Dentro da panorâmica qualitativa cabe igualmente uma referência à distribuição da população activa pelos sectores de actividade. A situação dos três distritos, em 1950, era menos favorável do que a média do País e bem distante dos valores verificados aos distritos de Lisboa e do Porto:

Na base destas insuficiências quantitativas e qualitativas da população está, além do mais, o próprio equipamento social da região.

Seria impertinência da minha parte esboçar aqui um inventario de tal. equipamento. Tentarei contudo referir um ou outro aspecto que se me afigura mais relevante ou permite tirar conclusões monos discutíveis.

Anote-se, desde logo, o equipamento escolar.

O número de estabelecimentos de ensino existentes em 1959 é dado pelo seguinte quadro:

Se procurarmos estabelecer uma comparação entre os alunos matriculados nos vários graus de ensino nos três distritos e ainda em relação ao total do continente e aos valores das cidades de Lisboa e do Porto poderemos socorrer-nos dos seguintes números, relativos a 1958-1959:

As cantinas escolares ligam-se A escola primária. Ainda aqui a situação reflecte as insuficiências gerais do País, embora a situação de Viseu seja bastante melhor do que a de Coimbra e da Guarda. De facto, em 1959 o distrito de Viseu possuía 13,4 por cento dos alunos beneficiados por cantinas escolares no continente.

A comparação entre o número de alunos matriculados no ensino primário e o número de alunos que beneficiam de cantinas escolares permite fazer uma ideia da magnitude do esforço que se nos impõe neste sector:

Passamos a aspectos relacionados com o equipamento sanitário.

A desigualdade é ainda aqui patente, mormente em relação aos distritos da Guarda e de Viseu (e à parte rural do distrito de Coimbra), se analisarmos a distribuição dos profissionais dos serviços de saúde.

Já em 1950 o distrito de Lisboa contava 1 médico por 552 habitantes, o do Porto 1 médico por 1004 habitantes, o de Coimbra 1 médico por 1034 habitantes, enquanto a Guarda contava com um médico por 2902 habitantes o Viseu 1 médico por 2763 habitantes.

Em 1960 os distritos de Lisboa (2705) e do Porto (1418) possuíam 4132 dos 6865 médicos do continente.

Quanto aos enfermeiros, a percentagem é igualmente notável. Dos 3267 enfermeiros existentes em 1960 no País, 1637 concentravam-se no distrito de Lisboa e 698 no do Porto.

A percentagem de partos sem assistência foi, por exemplo, em 1959, de 61,2 no distrito de Coimbra, 83,8 no distrito da Guarda e 79,8 no distrito de Viseu.

Os serviços de justiça cabem igualmente na análise do equipamento social.

A presença de servidores desta natureza nos meios rurais ultrapassa naturalmente a utilidade imediata da fun-