Por sua vez, da base XIV da Lei n.º 1971 resulta que o Ministério du Economia poderá fornecer gratuitamente aos corpos administrativos ou aos particulares plantas e sementes para a arborização de terrenos próprios para a floresta.
Devem, pois, os municípios aproveitar tamanha oportunidade de valorização do seu património e constituição de grandes fontes de receita futura.
Mais do que a assistência em técnicos, em sementes e em plantas, conviria que o Governo, pelas suas instituições de crédito, proporcionasse aos municípios uma modalidade especial de empréstimos para repovoamento florestal.
Importa pôr-lhes cobro, afeiçoando a legislação o tornando eficaz a fiscalização complementar.
Sabemos, de resto, que o próprio assoreamento do Mondego foi acelerado, em determinadas épocas, pelo desbaste indiscriminado que se realizou nas encostas do curso superior.
A presença dos serviços florestais tem-se revelado ainda na construção de uma útil rede de caminhos de que beneficiam as populações serranas.
Já em 1960 se contavam 1433 km de caminhos florestais, dos quais 270 km pertenciam ao distrito de Coimbra, 86 km ao da Guarda e 93 km ao de Viseu.
Se refiro o facto é ainda para enaltecer a utilidade destes caminhos relativamente a tantas populações isoladas nas serranias.
Com as minhas palavras de louvor vão os votos para que os serviços florestais prossigam nesta meritória tarefa.
Os trabalhos de correcção torrencial encontram-se igualmente a cargo dos serviços florestais.
O tratamento dos leitos tem-se realizado segundo dois tipos de obras: aquele que tem por objectivo a fixação de leitos ou encostas em desagregação através de pequenas barragens ou obras longitudíonais, com o intuito de reter directamente o material sólido; um outro, que consiste em reduzir as cheias e seu poder erosivo através da construção de barragens, cujas albufeiras retardam a propagação das torrentes.
Pela nota do esquema das obras de correcção torrencial do Mondego transcrita a seguir pode ver-se o trabalho já realizado e, sobretudo, a vastidão do caminho que ainda falta percorrer:
E passo à agricultura dos campos do Mondego.
Como é natural, reflectem-se aqui os problemas gerais du agricultura portuguesa: estruturas agrárias; regime da possível hidráulica agrícola; defesa e conservação do solo; mecanização; melhoramentos agrícolas; crédito e seguros agrícolas; assistência técnica; investigação aplicada; formação profissional; vulgarização agrária; melhoramentos rurais; armazenagem e transformação dos produtos agrícolas; racionalização da comercialização; racionalização du produção; preços dos produtos agrícolas; esquemas associativos ...
O sucesso que viermos a colheir nestes sectores de actuação projectar-se-á nas nossas regiões hoje empobrecidas, descrentes.
Mais particularmente os problemas específicos dos campos a jusante de Coimbra são os que resultam, como já disse, das inundações e assoreamentos referidos e aqueles que seriam postos por uma reconversão cultural. A útil publicação Pela Terra, órgão da Federação dos Grémios da Lavoura da província da Beira Litoral, a que tão proficientemente preside o ilustre Procurador a Câmara Corporativa D. Manuel de Almeida e Vasconcelos, constitui um repositório interessado e sempre actualizado de tais problemas. Limito-me ainda, Sr. Presidente, a repetir duas ou três questões particulares:
Feita uma avaliação dos níveis de consumo de leite na cidade de Coimbra, chegou-se ao seguinte apuramento:
O consumo diário no ano de 1958 atingiu valores máximos no mês de Maio (7000 1) e valores mínimos nos meses de Agosto (4746 1) e Setembro (47761).