perior e média da bacia do Mondego se encontrar situada muna zona relativamente pluviosa, verifica-se que as reservas aquíferas subterrâneas são insuficientes e, mais do que isso, não se renovam com a rapidez indispensável.

A região das Beiras no que respeita a águas de origem subterrânea é considerada como uma zona francamente improdutiva.

Sendo assim, temos de reconhecer que só o recurso a utilização das águas superficiais recolhidas em albufeiras poderá dotar toda a grande parte das Beiras de água potável abundante e barata. Facilitando a sua utilização na indústria e no pequeno regadio, melhorando com ela as condições sanitárias dos povos, facultando a estes a comodidade, que a vida moderna não dispensa, da distribuição domiciliária, estabelece-se a primeira das condições necessárias para a fixação à terra das populações e para a melhoria do nível de vida da gente das Beiras.

O turismo na região das Beiras será impulsionado de uma forma decisiva se, na verdade, as albufeiras projectadas no Mondego e no Dão forem dentro em breve uma consoladora realidade.

A região da Beira Alta, tendo como capital a formosa e progressiva cidade de Viseu, enriquecida com grandes lagos artificiais, será motivo de atracção para a prática dos desportos, como a vela, o remo, a pesca à linha, etc.

A região da Beira, dotada de belezas naturais sem igual, dispõe de condições maravilhosas para o desenvolvimento do turismo, tanto mais que já existem nesta região algumas boas instalações hoteleiras. Havia, e há ainda - mas por curto período de tempo -, uma grande lacuna a preencher: a construção de um hotel, em Viseu, digno da cidade, a todos os títulos nobre e gloriosa.

Dentro de um ano o Hotel Grão-Vasco será uma realidade. A cidade de Viseu bem merecedora é dele. Com efeito, a cidade de Viseu é um importante centro rodoviário, onde se cruzam variadíssimas estradas nacionais. É servida pelas linhas férreas do Dão e do Vale do Vouga, tornando-se urgente o seu equipamento com material moderno, de modo a oferecer as mínimas condições de conforto e comodidade.

Tudo isto e a sua privilegiada situação, ponto de partida para as mais belas excursões turísticas, o seu folclore, as suas paisagens, a sua história e os seus monumentos constituíram sem dúvida os factores justificativos 'que habilitaram S. Ex.ª o Sr. Presidente do Conselho a proferir um despacho segundo o qual é declarado previamente de utilidade turística o Hotel Grão-Vasco, que o Sr. Eng.º Artur de Noronha Campos e outros pretendem mandar construir em Viseu.

Desta tribuna presto as mais calorosas homenagens a todos os que por qualquer forma contribuíram para que a breve trecho o Hotel Grão-Vasco, de Viseu, seja uma feliz e autêntica realidade.

Mas, Sr. Presidente, entre todos, desejo destacar o nome de S. Ex.ª o Sr. Presidente do Conselho, pelo alto serviço prestado à vetusta cidade de Viseu e seus habitantes. Aqui fica, pois, a expressão do mais vivo e sincero reconhecimento.

Sr. Presidente: o aproveitamento das potencialidades económicas do rio Mondego, além de fornecer água potável para consumo e para os pequenos regadios a nove concelhos do distrito de Viseu e de contribuir fortemente para o desenvolvimento do turismo, irá também imprimir um grande impulso à economia da região, quer pelo contacto com novas técnicas, novos métodos de trabalho, novo ambiente de realizações, quer por se facultarem, através das obras, meios de pagamento que se hão-de cifrar em muitas dezenas de milhares de contos.

O Governo, sempre atento aos grandes empreendimentos nacionais, não deixará, estou certo, de incluir no programa do III Plano de Fomento, que se avizinha, o aproveitamento dos largos recursos que o rio Mondego oferece.

Faço votos para que assim seja.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vou encerrar a sessão.

Amanhã haverá sessão, com a mesma ordem do dia da de hoje.

Está encerrada a sessão.

Eram 19 horas e 30 minutos.

Srs. Deputados que entraram durante a sessão:

Alberto da Bocha Cardoso de Matos.

Antão Santos da Cunha.

António Calheiros Lopes.

António de Castro e Brito Meneses Soares.

Armando José Perdigão.

Francisco José Vasques Tenreiro.

Francisco de Soles de Mascarenhas Loureiro.

João Mendes da Costa Amaral.

José Guilherme de Melo e Castro.

Manuel Augusto Engrácia Carrilho.

Manuel Seabra Carqueijeiro.

Manuel Tarujo de Almeida:.

Virgílio David Pereira e Cruz.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Agnelo Orneias do Rego.

Agostinho Gonçalves Gomes.

Alberto Carlos de Figueiredo Franco Falcão.

Alberto Henriques de Araújo.

Alberto Pacheco Jorge.

Albino Soares Pinto dos Reis Júnior.

António Augusto Gonçalves Rodrigues.

António Manuel Gonçalves Rapazote.

António Tomás Prisónio Furtado.

Armando Cândido de Medeiros.

Augusto César Cerqueira Gomes.

Carlos Emílio Tenreiro Teles Grilo.

Henrique dos Santos Tenreiro.

Jorge Manuel Vítor Moita.

Manuel Homem Albuquerque Ferreira.

Manuel João Correia.

Manuel de Melo Adrião.

Manuel Nunes Fernandes.

Purxotoma Ramanata Quenin.

Bui de Moura Ramos.

Urgel Abílio Horta.

Voicunta Srinivassa Sinai Dempó.