recente conjuntura em que sangue português regou terra portuguesa de África.

Escreve, então, um interessante opúsculo, O Meu Depoimento, em que expõe a situação das missões católicas em Moçambique e as aponta como antídoto para uma obra de incompreensão e devastação.

Na data das suas bodas de prata episcopais publica uma pastoral sobre o «Amor da Pátria», que causou eco mesmo no estrangeiro, aonde foi levada nas suas várias traduções. E fica-se sem saber qual mais se agiganta, se o missionário, se o português.

Nas suas visitas de estudo a países estrangeiros, particularmente a Itália, procura, sempre que lhe é possível, esclarecer os espíritos sobre a atitude portuguesa em África e chamar, a atenção dos responsáveis, opondo-se deste modo à campanha de mentiras e de infâmias que transborda na imprensa estrangeira, até nos jornais e publicações que se dizem de inspiração católica. Por toda a parte o cardeal Gouveia proclama e defende um passado largamente dedi cado à acção humana e cristã e o esforço presente da Nação Portuguesa, que bem o compreendeu, quando o Sr. Presidente da República, a 8 de Setembro de 1961, lhe impôs, numa cerimónia única, as insígnias da grã-cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

Creio, Sr. Presidente, ser de justiça que em Moçambique se perpetue a lembrança deste grande português e missionário ...

Vozes: - Muito bem!

A Oradora: - ... que se deu todo à valorização do homem moçambicano, pela formação moral, religiosa e cultural, numa obra digna do maior apreço e que merece ser cada vez mais amparada para que Portugal continue cristão e eterno nesta sua longínqua província do ultramar.

Vozes: - Muito bem!

A Oradora: - Sr. Presidente e Srs. Deputados: nunca, como nos tempos de hoje, foi tão premente avivar nos espíritos a necessidade de se prosseguir corajosamente e em maior ritmo na obra de cristianização a que Portugal se tem devotado desde a época da sua expansão ultramarina.

Aos heróicos missionários da era de Quinhentos, que apenas possuíam a palavra divina com que convertiam os pagãos, sucederam-se muitos outros que, embrenhando-se pelos matos, levaram, com a fé, a saúde e a educação a povos que tanto delas careciam.

Vozes: - Muito bem!

A Oradora: - Assim, no ultramar português, ao lado das igrejas e missões espalhadas pelas mais distantes e solitárias regiões do interior, erguem-se hoje escolas, hospitais, maternidades e dispensários, onde missionárias e missionários exercem com fervor e abnegação o seu trabalho de apostolado e valorização humana.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

A Oradora: - É uma obra social e nacional que deve ser devidamente considerada e para a qual chamo a atenção do Governo no sentido de se lhe darem maiores meios de acção, pois que os missionários portugueses, com os ensinamentos de vária ordem indispensáveis à promoção das populações nativas, levam consigo a religião católica e a língua pátria, elos indestrutíveis a unir os diferentes povos que constituem rio Mundo a Nação Portuguesa.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

A oradora foi muito cumprimentada.

e patentear a todos a minha enorme satisfação pela compreensão e franca colaboração que dispensaram aos colegas do ultramar durante o primeiro ano do nosso trabalho e aproveito a oportunidade para vos assegurar que sinceramente nos empenharemos para que continue existindo essa leal colaboração e que todas as achegas que para aqui trouxermos terão sempre e exclusivamente como finalidade o engrandecimento desta grande e muitas vezes incompreendida nação que todos nós amamos e veneramos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: aproveitando a interrupção dos trabalhos desta Assembleia no ano findo, achei que cumpriria com um dos sagrados deveres do meu cargo se visitasse o círculo eleitoral que tenho a honra de representar nesta Câmara.

Deparei com as inevitáveis dificuldades burocráticas e lamento ter de declarar que não encontrei nas disposições regimentais desta Assembleia qualquer preceito que facilitasse a minha deslocação à Guiné, pela simples razão de não ter a minha residência naquela província.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Tive, pois, de pôr de parte a ideia dessa viagem, embora tivesse a certeza de que dos contactos subsequentes grandes benefícios poderiam advir, não só para mim, pela apreensão directa dos problemas locais, como para os eleitores, pela possibilidade que teriam de pessoalmente me transmitirem os seus anseios e aspirações, e até para a própria província, pela contribuição que o Deputado poderia dar no seu regresso para fazer sair dó ponto morto alguns assuntos pendentes nas instâncias superiores.

O Sr. Júlio Evangelista: - Muito bem!

O Orador: - Felizmente uma coincidência oportuna fez com que, aproveitando uma viagem determinada pelo