densidade, média de mais de 16 habitantes por quilómetro quadrado, valor portanto muito superior ao dos outros territórios portugueses da África continental.

A variação regional de densidades, nas últimas décadas, para lá do acréscimo verificado, revela o afluxo ao maior centro urbano da Guiné (Bissau) e a expansão para novas terras do litoral em virtude da cultura do arroz (Catió, Fulacunda e S. Domingos). Quanto ao Gabu, a região socialmente melhor estruturada, o acréscimo resulta não só do desenvolvimento natural como talvez de movimentos do exterior.

A Guiné é um vasto mundo, na variedade das suas raças e no valor da sua experiência.

Os números que se seguem duo nota da evolução dos grupos étnicos, segundo os censos de 1928 e 1950.

Merece uma referência aquela população que, oriunda doutros territórios portugueses, ou até estrangeiros, dá à Guiné o contributo do seu esforço.

O seguinte quadro indica a população não natural da Guiné, mas aí residente em 1960:

Não levarão a mal que me detenha nalguns aspectos da economia do território.

Referirei questões relacionadas com a agricultura, a exploração florestal, a produção animal e as indústrias da Guiné.

Uma das notas mais importantes da agricultura da Guiné consiste em se fundar essencialmente na exploração directa realizada pelos nativos.

Que este sector condiciona toda a vida económica da província é, na verdade, indiscutível. Tal realidade projecta-se mesmo no comércio externo.

O seguinte quadro indica os principais produtos de exportação da Guiné em 1961.

Por ele se verifica o papel importante dos produtos agrícolas, nomeadamente o amendoim e o coconote.

De facto, já nos anos de 1958 a 1960 se exportaram os seguintes valores o quantidades:

Além da mancarra e da palmeira do azeite, o terceiro grande recurso agrícola da Guiné é o arroz.

O arroz ocupa uma posição importantíssima nas economias indígenas, quer pelas quantidades produzidas, quer pelo seu papel na alimentação das populações, quer ainda pelas novas extensões que tem conhecido a sua cultura.

Além destes três grandes produtos convirá mencionar como riquezas reais ou potenciais a cana-de-açúcar, o gergelim, a purgueira, o rícino, o caju, a copra, a sumaúma, as plantas têxteis, as plantas alimentares e as árvores de fruto.

A riqueza florestal da Guiné é um elemento de importância não despicienda para a valorização da sua economia.

Reconhece-se a utilidade das manchas florestais que só situam nas circunscrições de S. Domingos, Mansoa, Farim e Bafatá e ainda no Sul da província.

As essências florestais com maior valor económico são o bissilon, mancone, pau-conta, pau-sangue, pau-bicho, pau-miséria, pau-incenso, pau-veludo, mambode e < p> farroba de lala.

A exportação de madeira tem relativo interesse no conjunto das exportações da província. Assim, nos anos de 1958, 1959, 1960 e 1961 exportaram-se, respectivamente, 9833t, 10 709t, 14 509t e 18 374t, a que corresponderam 6205, 5217, 6790 e 8637 contos.

Será aqui oportuna uma referência à borracha.

A borracha foi já, nos fins do século passado e começos do actual, o principal produto de exportação da Guiné.