Em qualquer dos casos, o Estado e a Igreja, caminhando em frente, não enjeitando responsabilidades na tarefa que se lhes depara!

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - A propósito da posse da Comissão Permanente das Organizações Circum-Escolares, criada pelo Decreto-Lei n.º 44 632, da autoria do antigo e preclaro Ministro Prof. Doutor Lopes de Almeida, teceu o distinto Ministro Prof. Doutor Galvão Teles considerações da mais flagrante actualidade sobre os problemas mais agudos da nossa Universidade.

A Universidade já através das intenções do diploma e para a resolução dos seus assuntos se revela uma realidade mista: corporação de mestre e alunos, na linha da mais autêntica tradição!

Mas a corporação intelectual mais alta só será verdadeiramente corporação na medida com que seja una, coesa, verdadeira.

E depois de definir o que se deve entender por autonomia da Universidade, o Sr. Ministro da Educação salientou que, sendo «um elemento vital e orgânico da Nação», tem a mesma de se integrar «na sua pluriforme estrutura», havendo assim «de estar subordinada, como tudo o mais, a uma ideia nacional».

Desta sorte, pe rante a gravidade das questões com que o País se debate na presente conjuntura, não é lícito pensar-se numa Universidade neutralista, apolítica, porque nessa altura ela constituiria um corpo estranho na sociedade portuguesa, de que ela deve ser o mais esclarecido guia.

Em todas as circunstâncias, a mocidade universitária, generosa e galharda, vibrou com o sentimento pátrio, que encontrou nela, nas horas boas como nas más, o termómetro que nos forneceu as mais elevadas temperaturas do melhor patriotismo, do mais elevado e acendrado nacionalismo.

E a juventude de hoje, esperança radiosa do futuro, não pode alhear-se do que é património seu, a herança sacrossanta dos nobres ideais, que a história - a nossa história! - nos legou e que a consciência nacional requer se transmita incólume às gerações futuras!

A Universidade portuguesa é um todo de que a Nação se orgulha, pelo prestígio e esclarecimento dos seus mestres, pela dedicação e amor ao estudo dos seus escolares. Mas para que estes sejam um seguro aval, na mentalização e valorização das sociedades que hão-de vir, preciso se torna que se cuide, com particular carinho, inexcedível desvelo, da sua educação integral. E não pode haver formação completa sem formação cívica, moral, intelectual e já, por determinação histórica, nacional!

Da amplitude dessa educação totalista e dos seus objectivos curará o trabalho da Comissão, debruçada sobre a questão habitacional e, para além dela, sobre os de índole formativa, «à luz dos valores que são e devem ser norte da nossa civilização; sem deformações nem desvios, que a consciência portuguesa não deixaria de veementemente verberar e repudiar» - como muito bem disse o Sr. Ministro.

À juventude portuguesa, com a qual, por formação e pendor, estamos em estreito contacto, há que dar muito do que ela reclama por nossa justa compreensão. Os seus anseios, as reivindicações legítimas, hão-de encontrar sempre, pela via hierárquica superi or, a que há que se subordinar, o melhor deferimento.

Só se lhe exige que na sua acção, como no preenchimento do seu conteúdo espiritual, se integre no ritmo histórico do nosso mundo, que não pode ser olvidado, subvertido, interrompido, porque, superior às gerações, seria sacrilégio se se pretendesse interromper.

Da mocidade se reclama, em suma: pureza de intenções; nobreza de ideais!

E aqui tem lugar próprio o muito que S. E. o Cardeal-Patriarca disse sobre o próximo encontro da juventude católica de Portugal.

Salientando de uma forma verdadeiramente notável toda a riqueza humana e espiritual que os jovens hão-de extrair da opção «os novos escolhem Deus», o glorioso antístite referiu que tal opção é «a grande vitória contra o materialismo reinante».

E prosseguindo na sua exegese, extraordinariamente oportuna, S. E. pôs o dedo na verdadeira ferida do nosso tempo: «o materialismo contemporâneo é um desafio aos cristãos ineficazes»!

«A opção dos Nov os - continua o Sr. Cardeal-Patriarca - não é uma fuga, mas uma voluntária adesão da inteligência e do coração ao que é infinitamente anterior, posterior e superior a este Mundo.

Àquele que hoje e sempre atrai a si e conquista e enamora as almas puras, os corações heróicos da juventude».

Amemos, pois, a nossa juventude, porque ela, na sua quase totalidade, ama os grandes ideais!

Glorifiquemos essa magnífica mocidade que no ultramar vem escrevendo maravilhosas páginas da mais autêntica epopeia nacional!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Amemo-la, e mais do que a tudo, porque ela é hoje o que nós ontem fomos e há-de sentir amanhã aquilo que nós hoje mesmo vamos sentindo!

Saudemo-la, a essa geração em flor, em cuja inteligência e coração há-de caber o melhor dos ideais - o do homem e o da Pátria -, facho esplendoroso que ela. pundonorosa, não há-de, de qualquer forma, deixar perder!

Olhemos o futuro confiantes na juventude dos nossos dias, porque ela é a melhor garantia do Portugal continuado, a soberana certeza do Portugal eterno!

vantagem, Sr. Presidente e meus senhores, em trazer para esta Assembleia, que deve ser o lugar dos mais abertos diálogos entre o Governo e a Nação, haverá vantagem em trazer para aqui o eco das queixas e a notícia das preocupações, haverá vantagem em avolumar nesta caixa de ressonância factos sem dúvida penosos, mas realmente de origem acidental e, aliás, em via de receberem o remédio possível, ganhar-se-á em entreter mais a opinião