Quanto a Angola, permito-me trazer ao conhecimento desta Assembleia um esquema de «oportunidades» sugerido pelos respectivos serviços oficiais, o qual poderia, aliás, servir em grande medida para Moçambique.

I) Indústrias-base - metalurgia do alumínio; siderurgia; folha-de-flandres; ferro-ligas e afins ou similares; adubos azotados, fosfatados, potássicos e compostos; produtos químicos simples de base ácidos, alcalis e sais; produtos químicos mais complexos (agentes tensioactivos, matérias plásticas e plastificantes, matérias corantes, solventes, etc.); produtos farmacêuticos e medicinais.

A) Indústrias de alimentação - conservação da carne, ovos, fruta e hortaliça pelo frio; conservas e sumos de frutas; conservas de produtos hortícolas; leite em pó, condensado, queijo e manteiga; concentrados de café, amido e chocolates; de material eléctrico e electrónico - lâmpadas eléctricas, motores eléctricos; baterias e pilhas secas; rádios; aparelhagem doméstica e frigoríficos;

M) Construção ou montagem de material de transporte. - carroçarias, camiões, automóveis e jeeps, tractores, niveladoras, outras máquinas para movimento de terras ou minérios; equipamento de elevação ou transporte de materiais de construção ou mercadorias; motores Diesel.

Já no decorrer de 1962 os serviços oficiais de Moçambique concretizaram neste termos as indústrias cuja instalação reputavam necessária naquela província:

Duas fábricas de açúcar, cujo valor de equipamento se estimava em 200 000 contos;

Indústrias de fosfatados, sendo o investimento total previsto em 70 000 contos;

Amidos, com um investimento total de 10 000 contos;

Alfaias e atrelados agrícolas, com um investimento total de 6000 contos;

Fábrica de descasque de arroz, com investimento previsto de 5000 contos;

Chá, com um investimento previsto de 5000 contos, e chá solúvel, com um investimento de 5000 contos;

Três fábricas de conservas de frutos, sumos e compotas, com um investimento previsto de 12 000 contos;

Duas fábricas de conservas e preparação de carnes, a que correspondia um investimento total de 15 000 contos;

Três fábricas de desfibramento de coco, com um investimento previsto de 30 000 contos;

Uma unidade de embalagens metálicas, num investimento de 5000 contos;

Leite condensado, com um investimento previsto de 10 000 contos;

Material isolante, com o aproveitamento de desperdícios de madeira, num investimento total previsto de 5250 contos;

Duas fábricas de moagem de trigo, a que correspondia um investimento de 80 000 contos;

Óleos vegetais, a que corresponderiam equipamentos no valor de 30 000 contos;

Soda cáustica, com investimentos totais previstos de 150 000 contos;

Tecidos de algodão, a que corresponderia um equipamento no valor de 78 000 contos e um investimento total de 150 000 contos.

Todo este conjunto aproximar-se-ia assim, no montante dos investimentos totais, de quase 1 milhão de contos.

Naturalmente que constituiria injustiça minimizar o esforço de industrialização realizado nos últimos anos no ultramar português.

Se nos reportarmos a Angola, poderemos ter através dos seguintes números uma ideia de algumas das principais produções das indústrias transformadoras em 1961:

Conservas de peixe (toneladas) .............. 1 024

Farinhas de peixe (toneladas) ............... 45 856

Acessórios diversos de borracha (quilogramas) 50 923

Tabacos manipulados (quilogramas) ........... 1 262 365

Naturalmente que, em Angola, o conjunto de Luanda sobressai como pólo industrial de interesse.

Assim, para lá dos números já transcritos, não será despiciendo referir o valor de algumas das produções industriais de 1961 na zona de Luanda:

Contos

Condutores eléctricos .......... 4 653

Sabão (valor parcial) .......... 10 644

O progresso da industrialização em Moçambique pode aferir-se da análise da evolução processada no período de 1956-1960 ou ainda dos principais números relativos à produção em 1961 (cf., por exemplo, os trabalhos publi-