No período de 1956-1960 os investimentos no apetrechamento industrial subiram, segundo os valores do inventário, de 2 184 027 contos para 3 712 671 contos, o que dá um incremento médio anual de 316 000 contos.

Mais concretamente, os aumentos registados no número de algumas empresas e seus investimentos foram:

Açúcar: 427 000 contos de investimentos:

Preparação de fibras têxteis: 3 empresas e 154 000 contos de investimentos;

Cimentos: 145 000 contos de investimentos;

Produtos lácteos: 6 empresas elo 000 contos de investimentos;

orracha: 6 empresas e 26 000 contos de investimentos:

Mobiliário: 14 empresas e 11 000 contos de investimentos:

Químicas: 18 empresas e 45 000 contos de investimentos.

Reparação de veículos: 54 empresas e 60 000 contos de investimentos.

Ainda em 1961, conheceram seu termo de instalação a refinação de petróleos (210 000 contos de investimentos) de material eléctrico (10000 contos), de artigos plásticos (2 000 contos), de camisaria (1500 contos), de: conservas de peixe (800 contos) e parte da laminagem (cujo custo total estava estimado em 50 000 contos).

As principais produções industriais atingiam já em 1961 as seguintes quantidades e valores:

Chá: 10 089 t e 214 810 contos:

Massas alimentícias: 1525 t e 12 748 contos;

Licores e xaropes: 200 000 l e 3529 contos;

Refrigerantes: 7 595 000 l e 37 500 contos;

Madeira: 5206 m3 e 11 118 contos;

Óleos não comestíveis: 5519 t e 43 221 contos;

Bagaços: 33 515 t e 39 425 contos;

Sabões: 14 003 t e 59054 contos;

Fibrocimento: 4585 m3 e 36 133 contos.

Naturalmente que todo o desenvolvimento do ultramar português está profundamente ligado às disponibilidades em energia.

Esta afirmação justifica que faça uma referência especial à electricidade.

A energia eléctrica em Cabo Verde tem sido obtida pela utilização de motores Diesel. A perspectiva da instalação de uma refinaria de petróleo minorará em parte as actuais deficiências. Por outro lado. as possibilidades técnico-económicas de energia eólica parece não serem de desprezar.

A potência instalada no arquipélago estava calculada em 1960 em 749 k V A, distribuídos por Santo Antão (24 kVA). S. Vicente (286 kVA). S. Nicolau (12 kVA), Brava (41 kVA), Fogo (21 kVA) e Santiago (365 k VA).

Quanto à Guiné, a electricidade produzida é ainda na totalidade de origem térmica. A potência instalada em 1960 era de J690 kVA, dos quais 1100 kVA pertenciam a Bissau.

Conviria insistir rias possibilidades do aproveitamento hidroeléctrico do Corubal. no Saltinho.

Verificada tal viabilidade, seria possível não só reforçai-os centros consumidores actuais, como principalmente conjugar esse aproveitamento com o projectado desenvolvimento do Sul da província, apoiado na exploração da bauxite e das infra-estruturas. que serviriam a sua drenagem pelo futuro porto de Buba.

Também o esquema do Geba considera um açude que permitirá a instalação de uma potência global de 10 700) kVA.

Quanto a S. Tomé. com uma potência nas três principais centrais (S. Tomé. Santo António do Príncipe e Guegue) que não ultrapassa 1250 kVA, o início do aproveitamento do rio Contador abre novas perspectivas. Prevê-se, no final das fases do aproveitamento, uma produção de 34 milhões de kWh por ano.

A electricidade produzida, no Estado da Índia era em 196.1 toda de origem térmica (Pangim, 1400 kVA; Margão. 560 kVA; Mapuçá, 460 kVA; Vasco da Gama, 150 kVA: Damão, 265 kVA: Diu. 140 kVA), tal como em Macau (Macau. 7069 kVA, e Taipa, 300 kVA). Em Timor, com excepção do aproveitamento hidroeléctrico de Vila Salazar (20 kVA), os restantes (Díli, 695 k VA; central das obras públicas. 87 kVA, e central dos correios, telégrafos e telefones, em Vila Sal azar. 69 kVA) eram igualmente de natureza térmica.

São, naturalmente. Angola e Moçambique os territórios onde as realidades e, sobretudo, as perspectivas em matéria de produção de electricidade se revestem de grande importância.

Isto justifica que nos detenhamos um pouco mais neles.

Uma referência, ainda que incompleta, à situação em Angola, no que respeita à electricidade, poderá fazer-se segundo determinados pólos ou coordenadas geográficas.

A linha de desenvolvimento Luanda-Dondo-Malanje conta com a- central das Mabubas, o aproveitamento de Cambambe e as imensas possibilidades que o Cuanza pode oferecer.

A linha de desenvolvimento Lobito-Benguela-Alto Catumbela-Nova Lisboa conta com a central do Biópio, a central de Lomaum, o projectado aproveitamento de Chicuma e ainda, em dada medida, a Matala.

A este aproveitamento liga-se a zona de Sá da Bandeira-Moçâmedes.

A Companhia de Diamantes dispõe de um conjunto de centros produtores que servem a região das suas actividades. De igual modo. a Sociedade Algodoeira, a Cassequel, a Companhia dos Cimentos, a Associação Comercial e industrial da Catumbela e o caminho de ferro de Benguela possuem centrais próprias.

O aproveitamento das Mabubas, cuja capacidade da albufeira, até à cota máxima de armazenamento, é de 61,8 X 10 6 m3, tem uma potência instalada de 22 200 kVA e produziu em 1961 mais de 71 milhões de kilowatts, ou seja mais de 17 por cento do que no ano anterior.

O conjunto do aproveitamento, com a central, a subestação de Luanda e a linha de alta tensão, custou ao Estado, que financiou o empreendimento na sua totalidade, mais de 212 000 contos.