Simplesmente, para a resolução completa do problema e utilização do melhoramento no seu máximo rendimento não basta a construção da ponte. Para que se tire dela todo o rendimento possível e necessário é preciso que se cuide dos seus acessos e das suas derivações; e não apenas na sua periferia imediata mas em toda a sua zona de influência mesmo longínqua.

Uma ponte daquela natureza, construída à escala de uma moderna, auto-estrada, só pode prestar o seu serviço útil total desde que se destine a servir de complemento a uma rede de estradas planificada e projectada à mesma escala e com vista ao progressivo e rápido desenvolvimento das regiões e das localidades que se situem tanto na periferia, imediata da ponte como na sua periferia remota.

Lançado sobre o rio este novo e importantíssimo traço de união entre as suas duas margens importa e impõe-se que se distenda e bifurque, sobretudo para o sul do Douro, Já que para o norte se dispõe de uma rede de estradas capaz e eficiente.

Ora, tenho verificado que, tendo-se caminhado, neste sentido, com bom ritmo na transformação em auto-estrada da estrada n.º 1 até aos Carvalhos, não se progrediu no mesmo ritmo na transformação da estrada n.º 109, que vai do Porto a Leiria, passando por Aveiro e pela Figueira da Foz.

Aí, só num limitado troço do concelho de Gaia é que se fez algum progresso na beneficiação dessa estrada, dando-se-lhe nesse troço reformado um perfil longitudinal e lateral que, embora não sejam caracteristicamente os de uma auto-estrada, permitem, todavia um desenvolvimento e uma descontracção de trânsito rodoviário já compatíveis com a intensidade do tráfego nessa zona.

Daí para sul, porém, a estrada mantém o seu perfil primitivo, difícil no seu desenvolvimento, acanhado nas suas proporções, obsoleto e totalmente desactualizado em relação às actuais exigências e necessidades do trânsito.

Nem sequer sofreu, até ao presente, apreciáveis beneficiações no seu longo percurso, a não ser na travessia de Aveiro - óptimo melhoramento, aliás, por evitar as passagens de nível - e na escalada e na descida da serra da Boa Viagem.

Fora disso mantém a sua traça primitiva: acanhada, insuficiente e por vezes tão eriçada de curvas, de desníveis, de apertos, de surpresas, como sucede, de uma maneira geral, em todo o seu percurso desde Aveiro para norte, que transitar por ela a pé constitui uma verdadeira temeridade e de automóvel um trabalho insano para o condutor, um apreciável sacrifício e um risco e perigo permanentes.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Por isso muitos condutores que vão do Sul para o Norte ou vice-versa abandonam o seu percurso, preferindo a estrada nacional n.º 1, onde, não colhendo embora as emoções de beleza que a paisagem marinheira proporciona ao viajante, todavia sentem-se em maior segurança e em menor perigo. Mas tal alternativa só se faz com manifesto prejuízo das terras marinheiras e dos próprios viajantes.

No entretanto a estrada a que me reporto é a que mais interessa ao desenvolvimento e progresso rodoviário do meu distrito, mais ainda do que a estrada nacional n.º 1, pois é a que serve directamente a cidade de Aveiro nas suas ligações para o Norte e para o Sul do País. Constitui, por isso, elemento de vital importância para o desenvolvimento económico e turístico de toda esta vasta região ribeirinha, onde se situam, presentemente, alguma das maiores unidades industriais do País e sobre cuja toalha aquática se espelham os recortes desse moderno solar do turismo regional que é a Pousada da Ria, na Toureira.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - De mais, para acesso a esta e sua praia, se está construindo, sobre um braço da ria, uma elegante ponte, que há-de ligar dentro de pouco tempo as duas margens da laguna, desde a dita estrada n.º 109 até ao mar. Além disto, porém, a referida estrada, cujo percurso envolve cerca de uma terça parte do comprimento do continente, interessa e serve, mais ou menos directamente, desde a Feira, e principalmente Espinho, a norte, até Ilhavo e Vagos, a sul, e para ela convergem uma infinidade de estradas afluentes que dão acesso, do lado de terra, a importantes e prósperas povoações mais ou menos ribeirinhas e, do lado do mar, a um rosário interminável de praias, algumas de projecção internacional, e todas francamente acolhedoras e largamente frequentadas na época própria.

Deste modo, a beneficiação da estrada a que me venho referindo, e a sua transformação e reconstrução em termos de auto-estrada. como se impõe, constitui uma das aspirações mais fundamente justificadas dos povos da região de Aveiro, sobretudo da cidade para o Norte do distrito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

do meu mandato impõe-na. Aqui a deixo. Pr aza a Deus que tivesse a sorte de ser ouvida e contemplada por aqueles a quem a dirijo.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vai passar-se à

O Sr. Presidente: - Continua em discussão na especialidade a proposta de lei relativa a alterações à Lei Orgânica do Ultramar Português.

Vou pôr em discussão a base XXIV, sobre a qual há uma proposta de alteração do Sr. Deputado Albino dos Reis e outros Srs. Deputados, e ao mesmo tempo também subme-