Custódia Lopes.

Fernando Cid Oliveira Proença.

Francisco António Martins.

Francisco António da Silva.

Francisco José Lopes Roseira.

Francisco de Sales de Mascarenhas Loureiro.

João Mendes da Costa Amaral.

João Nuno Pimenta Serras e Silva Pereira.

João Ubach Chaves.

Joaquim de Jesus Santos.

Joaquim José Nunes de Oliveira.

Joaquim de Sousa Birne.

Jorge de Melo Gamboa de Vasconcelos.

José Augusto Brilhante de Paiva.

José Fernando Nunes Barata.

José Manuel Pires.

José Maria Rebelo Valente de Carvalho

José Monteiro da Rocha Peixoto.

José Pinheiro da Silva.

José Pinto Carneiro.

José dos Santos Bessa.

José Soares da Fonseca.

Luís de Arriaga de Sá Linhares.

Luís Folhadela de Oliveira.

Manuel Amorim de Sousa Meneses.

Manuel Colares Pereira.

Manuel Herculano Chorão de Carvalho.

Manuel Homem Albuquerque Ferreira.

Manuel João Correia.

Manuel João Cutileiro Ferreira.

Manuel Nunes Fernandes.

Manuel Seabra Carqueijeiro.

Manuel de Sousa Rosal Júnior.

D. Maria Irene Leite da Costa.

Mário de Figueiredo.

Paulo Cancella de Abreu.

Quirino dos Santos Mealha.

Sebastião Garcia Ramires.

Virgílio David Pereira e Cruz.

O Sr. Presidente: - Estão presentes 77 Srs. Deputados. Está aberta a sessão.

Eram 16 horas 10 minutos.

Antes da ordem, do dia

Deu-se conta do seguinte

Diversos a apoiar a intervenção do Sr. Deputado Júlio Neles que preconizava a criação de uma escola técnica no Entroncamento.

O Sr. Presidente: - Estão na Mesa três requerimentos, respectivamente dos Srs. Deputados António Santos da Cunha, Martins da Cruz e Alexandre Lobato, a pedir certos elementos ao Governo. Vão ser remetidos ao Governo.

Está na Mesa um ofício da 2.º vara cível do Porto a pedir autorização à Câmara para que o Sr. Deputado Alfredo Brito possa depor naquele tribunal no próximo dia 29, pelas 12 horas. O Sr. Deputado Alfredo Brito não vê inconveniente para a sua actuação parlamentar em que a referida autorização seja concedida, pelo que vou consultar a Câmara sobre se autoriza ou não o Sr. Deputado em questão a ir depor no dia e hora indicados.

Consultada a Assembleia, foi concedida autorização.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Gonçalves Rodrigues, ao qual peço o favor de falar da tribuna.

O Sr. Gonçalves Rodrigues: - Sr. Presidente e Srs. Deputados: determinaram as circunstâncias que o encerramento desta sessão legislativa coincidisse com o trigésimo quinto aniversário da entrada do Sr. Presidente do Conselho para o Governo da Nação. Não pode esta Assembleia nem o País ficar indiferente perante uma efeméride que é sempre momento adequado à meditação.

Há 35 anos entrava no Terreiro do Paço um homem que, por voto repetidamente expresso da Nação, ainda de lá não conseguiu sair. Eis um fenómeno de longevidade política para o qual não julgo se encontre paralelo no Mundo moderno e que decerto há-de ter uma explicação profunda, que não será precisamente a ditada pela simplicidade apaixonada dos seus detractores habituais.

Onde ir buscar, portanto, a raiz essencial do fenómeno? No homem? No devir histórico? Na conjunção casualmente .harmoniosa de um e outro? Creio que nenhum desses factores bastará como explicação, já que o homem se revela, e a história se desenvolve, em função de uma comunidade organizada, herdeira de uma tradição multissecular, ciosa da sua personalidade e dos seus direitos, fortemente individualista e avessa a jugos de qualquer espécie. Há que considerar pois, simultaneamente, o homem e o povo; e ambos no seu momento histórico, e em recíproca reacção. Singular encontro de vontades que leva a um desvio não menos singular na direcção da história, pela força de uma personalidade e com o consenso do povo que nela instintivamente reconhece um poderoso agente do bem comum.

Eis uma reprodução terrena do mistério trinitário, mais vulgar do que se pensa na estrutura da realidade natural ou social. O povo gera em si próprio a Fala, o Verbo, a Acção - como quiserem -, que melhor convém em dado momento às exigências mais íntimas da sua essência vital e histórica, e une-se-lhe espiritualmente num acto de fé criadora, na esperança de uma redenção. Perdoe-se-me o sabor teológico do símbolo que decerto me envergonhari a se pretendesse ser um empolado panegírico, mas que sinceramente corresponde a uma explicação meta-histórica pessoal. É que só por uma osmose desse tipo, raras vezes conseguida, se pode justificar uma longevidade que a nossa época é levada a considerar abstractamente anacrónica, e nós sabemos concretamente que tem a sua razão de ser.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Numa época caracterizada pela instabilidade mercurial das ideias e dos sentimentos e em que o apetite instintivo da matéria pela multiplicidade das formas tenderia naturalmente a exacerbar-se no plano político - a permanência granítica de um homem representativo de ideias sociais e políticas e de princípios mo-