Quererá isso significar desinteresse pela sim utilização: Erraria quem assim o julgasse.

Tão reduzido número de consumidores encontra explicação no custo da electricidade, mas- sobretudo nos custos das baixadas e da instalação, que, por isso, terão de ser revistos em função dos motivos que obstam, e não deverão obstar, a que, se não a totalidade, pelo médios a grande maioria das famílias rurais possa dispor de energia eléctrica na sua vida de todos os dias.

Se com providências adequadas a esse objectivo pode admitir-se só criem encargos às empresas abastecedoras da pequena ou da grande distribuição sobretudo, não parece que deva recear-se ir aí levantar-se motivo de sensível alteração do desejado equilíbrio económico das mesmas empresas, já que os primeiros grandes beneficiários de tal solução hão-se ser elas mesmas, na medida em que, triplicando consumo, se lhes avantajam por igual forma, nessa parte, seus merecidos réditos.

Essas e outras providências têm, pois, de ser tomadas em ordem a apressar a electrificação rural, levada, numa 1.ª fase. a todas as sedes de freguesia e, depois, a todas as restantes localidades e simultaneamente posta, sem incompreensíveis complicações, ao serviço da agricultura.

Se ela constitui, como disse, uma das infra-estruturas de progresso e bom estar, mais avultará a sua falta se a grande solução para o problema da instrução secundária - a televisão escolar que aí vem- não puder chegar a 40 por cento dos portugueses dos meios rurais, pôr estes não disporem da energia eléctrica.

Seria de gravíssima responsabilidade para todos nós se frente a uma tal expectativa nada mais fizéssemos que lamentar a situação.

Importará, pois, estudar, quanto antes e afincadamente, as providências a considerar para que a expansão da electrificação rural alcance uma dimensão maior e com ela se obtenha em breves anos a cobertura de todo o território da metrópole e simultaneamente se logre criar, com adequada legislação, o condicionalismo que possa garantir aos portugueses- de todas as condições a fruição dessa maravilhosa e extraordinária força que é a- electricidade.

No ponto que considera, o projecto de lei em discussão parece-me orientar-se nessa intenção. Por isso lhe dou o meu voto. com as homenagens que bem merece o seu ilustre autor.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vou encerrar a sessão. Amanhã haverá sessão à hora regimental. A ordem do dia será continuação da discussão, na generalidade, do projecto de lei em discussão e u sua discussão II a especialidade.

Está encerrada a sessão.

Eram 18 horas o 40 minutos.

Srs. Deputados que entraram durante a sessão:

Alberto Carlos de Figueiredo Franco Falcão.

Alberto da Rocha Cardoso de Matos.

António Marques Fernandes.

Augusto José Machado.

Carlos Coelho.

Henrique dos Santos Tenreiro.

Jorge Augusto Correia.

Jorge Manuel Vítor Moita.

José Dias de Araújo Correia.

José Luís Vaz Nunes.

José dos Santos Bessa.

Virgílio David Pereira e Cruz.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Agnelo Orneias do Rego.

Agostinho Gabriel de Jesus Cardoso.

Alberto Henriques de Araújo.

Alberto Pacheco Jorge.

Antão Santos da Cunha.

António da Purificação Vasconcelos Baptista Felgueiras.

António Tomás Prisónio Furtado.

Augusto César Cerqueira Gomes.

Augusto Duarte Henriques Simões.

Belchior Cardoso da Costa.

Carlos Emílio Tenreiro Teles Grilo.

D. Custódia Lopes.

Jacinto da Silva Medina.

José Guilherme de Melo e Castro.

Manuel Homem Albuquerque Ferreira.

Manuel João Correia.

Manuel Lopes de Almeida.

Manuel Nunes Fernandes.

Purxotoma Ramanata Quenin.

Simão Pinto de Mesquita Carvalho Magalhães.

Urgel Abílio Horta.

Vítor Manuel Dias Barros.

Voicunta Srinivassa Sinai Dempó.