tem sido amplamente apoiada pela Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência e Banco de Fomento Nacional, pelo que se justifica referência especial. Como elemento orientador da poupança privada, a Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência tem exercido acção preponderante no processo de crescimento económico nacional, não só pela expansão do crédito concedido, mas também pela intervenção no mercado financeiro através da tomada de títulos.

Assim, no 1.º semestre de 1963, o volume global do crédito distribuído, incluindo a aplicação em títulos, acusou uma expansão superior a 633 000 contos, consideràvelmente mais elevada que a registada em igual período do ano anterior - 28 000 contos.

Crédito distribuído pela Caixa Geral dê Depósitos, Crédito e Previdência

Milhares do contos

II. Operações com o sector corporativo e de coordenação económica .............................................. +88

III. Operações com o sector privado:

+108

As operações com os sectores público e corporativo e de coordenação económica, que no 1.º semestre de 1962 tinham experimentado uma contracção de 253 000 contos, registaram no mesmo período do ano em curso um acréscimo de 525 000 contos. Esta expansão foi determinada pela tomada de promissórias de fomento nacional e outros títulos do Estado e, no que se refere ao sector corporativo, pelo incremento do apoio financeiro à viticultura.

Para o acréscimo de 108 000 contos observado no conjunto das operações com o sector privado contribuíram exclusivamente as operações de fomento directo da actividade económica, uma vez que as outras operações - em que predomina o crédito hipotecário - registaram sensível contracção, tal como se verificou em igual período de 1962.

A expansão observada nas operações dê fomento directo da actividade económica foi determinada por acréscimo no crédito distribuído à maioria dos sectores económicos considerados, com excepção da construção urbana e do comércio de vinho do Porto. São, em especial, de anotar os incrementos registados no crédito agrícola, individual e mútuo (93 000 contos) e no crédito industrial (36 000 contos).

Por seu turno, o Banco de Fomento Nacional aprovou, no decurso do 1.º semestre de 1963, operações de financiamento e garantia no montante de 326 milhares de contos. De entre as operações aprovadas na primeira metade do ano corrente, salientam-se os empréstimos directos - 331 100 contos, divididos quase equitativamente entre a metrópole e o ultramar - e as operações diversas, que somaram 129400 contos. Importa, todavia, referir que, no período em análise, não foi concedida aprovação a qualquer operação de participação financeira.

No mesmo período, o volume das operações realizadas pelo Banco alcançou 358 327 contos, evidenciando contracção de cerca de 16 por cento em relação ao período homólogo de 1962.

Como nas operações aprovadas, não foram também realizadas quaisquer operações de participação financeira no período em estudo. No que se refere às restantes operações efectuadas, importa indicar o montante dos empréstimos directos que se repartiram pela metrópole (13 operações) e ultramar (34 operações) de acordo com a seguinte distribuição sectorial:

(contos)

(a) Inclui o financiamento a autarquias locais, construção civil e o crédito predial.

Foram ainda realizadas operações de garantia, no montante de 130712 contos, e operações diversas, num total de 103 354 contos Não se tornando possível analisar, por carência de elementos de informação, o comportamento de todas as fontes de recursos financeiros do sector privado de que o investimento poda dispor, importa, todavia, salientar a acção neste domínio desenvolvida pelo conjunto do sistema bancário através do crédito concedido, que, de um modo geral, tem experimentado evolução favorável.

Movimento de bens e serviços com o exterior O tradicional saldo negativo do movimento com o exterior, que até 1961 se manteve sem variações muito acentuadas, sofreu nesse ano um agravamento de 65 por cento, para o que contribuiu exclusivamente a expansão de 20 por cento das importações de bens e serviços, a que apenas correspondeu um acréscimo de 4,3 por cento nas exportações.

Todavia, no decurso do último ano observou-se nítida recuperação do referido saldo, que atingiu, a preços constantes, o montante de 2757 milhares de contos, o que traduz contracção de 60 por cento em relação a 1961 e de 32,5 por cento relativamente à média anual no período 1957-1960. Para essa evolução concorreu simultaneamente o incremento superior a 20 por cento registado pela exportação de bens e serviços e a contracção de 8,4 por cento experimentada pelas importações.

No corrente ano, embora não se disponha ainda de estimativas sobre as relações económicas externas, parece de prever, a avaliar pelos indicadores relativos às bal anças de mercadorias e de serviços, que não deve alterar-se sensivelmente o saldo do movimento com o exterior.

Assim, embora se preveja agravamento do saldo de mercadorias - o principal factor do saldo global do movimento com o exterior-, pensa-se que a melhoria dos saldos das balanças de turismo, transportes e operações governamentais poderá compensar, em grande parte, o referido agra-