Para a evolução das relações comerciais com o estrangeiro, no 1.º semestre deste ano, concorreram de forma decisiva os sensíveis aumentos da importação de máquinas e aparelhos, produtos têxteis, nomeadamente os necessários à laboração da indústria e produtos das indústrias químicas. De igual modo, teve considerável acréscimo o valor importado de .material de transporte, devido à aquisição de duas unidades para a marinha mercante, no valor de 108 milhares de contos. No que se refere a este grupo das importações, saliente-se, contudo, a contracção de cerca de 13 por cento nas aquisições de veículos automóveis.

Por outro lado, entre as aquisições no estrangeiro de produtos alimentares devem destacar-se as de batatas e oleaginosas, que foram, no entanto, mais do que compensadas pela diminuição de 64 por cento na importação de trigo. Por sua vez, a expansão observada nas exportações para o estrangeiro durante o 1.º semestre foi consideràvelmente afectada pela diminuição do valor exportado de azeite, que, em igual período do ano transacto, atingiu valor excepcionalmente elevado. Entre os restantes produtos exportados devem salientar-se os aumentos registados neste período na cortiça em obra, nos resinosos e nos vinhos em relação ao 1.º semestre de 1962. Em especial o comportamento da exportação dos produtos têxteis, que representou 24 por cento do total exportado para o estrangeiro, confirmou a tendência evidenciada, principalmente a partir de 1960, para a elevação da sua importância relativa naquele total.

Para o acréscimo de 5 por cento, em relação a igual período do ano anterior, concorreu em parte a apreciável expansão do valor exportado de produtos de sisal. Contrariamente, as exportações de fios e tecidos dealgodão contraíram-se de 24,5 por cento, em comparação com o período homólogo de 1962 , devido principalmente a menores compras dos Estados Unidos da América.

Ainda relativamente a outros produtos industriais que ultimamente têm vindo a desempenhar importante papel no nosso comércio externo, importa referir a pasta para o fabrico de papel, cujo valor exportado aumentou cerca de 22 por cento no período em estudo. Por outro lado, no decurso do 1.º semestre a distribuição do comércio externo por zonas geográficas experimentou sensível alteração em relação a igual período de 1962.

Comércio da metrópole com o estrangeiro

(Milhares de contos)

Na verdade, aumentou a importância relativa das exportações para os países da A. E. C. L. - de 24,7 para 27,2 por cento- no total exportado para o estrangeiro. Para essa evolução contribuiu principalmente o aumento superior a 20 por cento da exportação para o Reino Unido e, embora em menor escala, a expansão da colocação de produtos portugueses na Suécia e na Suíça.

Por seu turno, manteve-se estacionária a participação das importações originárias da A. E. G. L. no total importado do estrangeiro. Cabe, todavia, referir a nítida expansão das aquisições no mercado suíço, que se elevaram de 37 por cento.

Por outro lado, em consequência do comportamento favorável das transacções comerciais com a A. E. C. L., não apresentou variação sensível o déficit com o conjunto dos países da área, tendo ainda revelado apreciável melhoria o coeficiente de cobertura das importações pelas exportações.

Inversamente, elevou-se de forma considerável o saldo negativo com os países da C. E. E., em resultado de acréscimo das importações superior ao observado nas exportações. Deste modo, manteve-se sem alteração a participação das exportações para a C. E. E. no valor exportado para o estrangeiro, elevando-se ligeiramente a das importações provenientes dessa área.

Por outro lado, diminuiu ligeiramente o coeficiente de cobertura das importações pelas exportações, que não ultrapassou 38 por cento. No que se refere às transacções com os países do Mercado Comum, merece especial referência o apreciável acréscimo da exportação para a Alemanha e para a. França,- enquanto na importação foi particularmente significativo o aumento registado nas aquisições à Holanda, e à Itália.