inerente à maravilhosa aventura que levou os nossos maiores, em frágeis caravelas, a devassar os mares desconhecidos e temerosos e corajosamente dar mundos novos ao Mundo. Importa reagir contra este aburguesamento dos espíritos, que nos condena a uma vida vegetativa e rotineira e nos leva a renunciar a ocupar no Mundo o lugar digno que pelo nosso passado nos compete.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Governantes e governados, toda a Nação devia imbuir-se desse espírito marítimo que é condição basilar da existência colectiva.

Tenho, por isso, esperança de que o Governo nos anos de 1964 e seguintes não deixará de olhar para os problemas da marinha mercante com o desvelo e o interesse que eles requerem, a bem da Nação.

Não tenho também dúvidas de que sob a alta orientação do Sr. Presidente do Conselho e a clara e firme actuação do Sr. Ministro das Finanças o País poderá enfrentar afoitamente os problemas suscitados pela conjuntura em que vivemos e manter a situação financeira a que nos habituámos, tanto é certo que a cada dificuldade que surge tem correspondido sempre uma solução eficiente que marca um passo em frente na realização do bem-estar da grei e na satisfação dos superiores interesses nacionais.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Assim, dou a minha aprovação na generalidade à proposta de lei em discussão e termino por exprimir o meu muito apreço ao relator do parecer da Câmara Corporativa, Prof. Doutor Manuel Jacinto Nunes, pelo brilhantismo e profundidade do seu magnífico trabalho, e por apresentar ainda as minhas felicitações ao esclarecido e ilustre titular da pasta das Finanças, Prof. Dr. Pinto Barbosa, pela actuação vigilante, capacidade, devoção e inteligência com que vem orientando este importante sector da administração pública a seu cargo, felicitações que me permito tornar extensivas aos seus ilustres colaboradores, Srs. Subsecretário do Tesouro e Subsecretário do Orçamento.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

magistralmente elaborada e rodeada de indicadores da mais elevada relevância, da mesma maneira o estando o parecer da Câmara Corporativa, na sua sempre magnífica justaposição àquela proposta - esses trabalhos são credores dos maiores elogios e dos mais veementes agradecimentos de todos nós, pelo vulto e pela qualidade dos informes que nos proporcionam, das conclusões que nos ajudam a tirar e até da tranquilidade que nos oferecem para os próprios silêncios em que, porventura, ponhamos muitas das proposições governamentais apresentadas.

E porque, graças à compreensão exemplar do prestigioso conjunto dos órgãos da informação nacional, escrita e falada, é sempre dado ao País pleno conhecimento da proposta governamental - eis por que aos Deputados é altamente facilitada em muitos aspectos a missão da defesa de pontos de vista deste ou daquele sector, tornados possíveis, tais pontos de vista, na sua emissão, exactamente porque hão tomado conhecimento prévio de propósitos, ainda uralmente, com prévia auscultação do pensamento daqueles, pelo menos, que são naturais das regiões que ostensivamente cada um de nós representa, e, sem dúvida, de todo o País, que em nós confia indistintamente.

Poderá alegar-se - e é verdade - que, no tocante a necessidades correntes, a proposta pouca ou nenhuma margem dá a poder-se apreciar qualquer ponto de vista minucioso do Governo quanto à forma e à intensidade das providências que serão tomadas, salvo na enumeração de certas prioridades. Não raro, porém, no relatório que antecede a proposta e no parecer da Câmara Corporativa, a Nação encontra a orientação de certas marchas executórias.