Mostra-se superiormente resolvido que as obras se iniciem e concluam no mais curto prazo.

Assim, e em face de tudo isto, natural é que na ilha de S. Miguel lavre intenso regozijo, de. mistura com absoluto reconhecimento pela constante e generosa atenção dispensada pelo Chefe do Estado e pelo Governo, nomeadamente o Sr. Ministro das Comunicações, a tão magna e legítima pretensão.

Até a demora no deferimento, explicada como está, contribuiu para que a solução seja aquela que as realidades exigem.

Que as obras se realizem no mais curto prazo - pois outras aguardam a sua vez nesta nossa marcha para o futuro, vitoriosa e infatigável -, são os ardorosos votos nesta hora exarados na largueza da nossa indefectível confiança.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vai passar-se à

O Sr. Presidente: - Vai efectivar-se o aviso sobre política ultramarina geral do Governo.

Tem a palavra o Sr. Deputado Veiga de Macedo.

O Sr. Veiga de Macedo: - Sr. Presidente: os trágicos acontecimentos de que, em Março de 1961, foi teatro o Norte de Angola despertaram a Nação para dolorosas realidades e puseram o Governo perante gravíssimos problemas de defesa do território nacional. De então para cá. o País e os responsáveis pela sua orientação política têm-se empenhado numa luta que se estende pelos mais diversos campos, em condições difíceis e, às vezes, angustiosas.

Não há que descrever esses acontecimentos, tão presentes estão no nosso espírito e tão fundos sulcos deixaram no corpo e na alma da Nação. Mas importa prestar homenagem àqueles que mais se têm evidenciado nesta batalha decisiva pela integridade da Pátria.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Ao anunciar-se, em «J de Dezembro findo, o presente aviso prévio, teve-se precisamente em vista oferecer à Assembleia o ensejo de reiterar, de modo solene e insofismável, a adesão à política do Governo e o seu vibrante louvor aos que,, na frente ou na retaguarda, na acção militar ou na diplomática, na administrativa ou na social, ganharam jus ao reconhecimento e à admiração de todos nós.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Nesta linha de pensamento, cabe o primeiro lugar à exaltação do homem que ao leme da governação pública soube interpretai1 os anseios da grei, polarizar as melhores energias e iluminar, com o clarão do seu génio político e o fulgor da sua alta e serena interna, os rumos dos nossos destinos- eternos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Na definição das grandes linhas orientadoras da nossa política, nunca o vimos hesitar ou transigir, ainda mesmo quando não tenha encontrado perfeita compreensão para o seu granítico propósito de resistir, a todo o custo, aos ataques dirigidos de fora contra as nossas províncias ultramarinas.

Ao soar a hora das grandes decisões, esteve invariavelmente à altura das suas responsabilidades dando à Nação, justificadamente preocupada com o desenrolar dos acontecimentos e com o peso das pressões externas, a confiança e a coragem necessárias para repelir as afrontas e para suportar os sacrifícios.

Quando, há dois anos e muito o terrorismo eclodiu, numa onda de sangue que, se tornou mais sagradas as terras portuguesas de Angola, manchou para sempre as mãos dos homens de governo que a- provocaram ou tornaram possível, no momento dramático em que muitos se interrogavam sobre se poderíamos vencer a crise, o Sr. Presidente do Conselho, segurando mais fortemente em suas mãos experimentadas a alavanca do Poder, chamou a si a mais árdua e ingente tarefa da- sua longa carreira política.

A partir de então, o País, galvanizado pela comunicação de 15 de Abril, viu radicada a sua fé, e os portugueses que, de armas na mão, se defendiam com épico heroísmo nas paragens angolanas, ficaram com a- certeza de que não seriam abandonados à sua sorte e de que não havia corrido em vão o sangue derramado por tantas vítimas inocentes.

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - Por isso mesmo, ainda há pouco, pude verificar como em Angola é o Sr. Presidente do Conselho, de maneira particularmente frisante, admirado e querido por quantos - e foram todos -, nas horas cruciais da dor e da dúvida, sentiram e. compreenderam a- decisão viril de quem os salvou, salvando as terras de Diogo Cão e de Correia de Sá para Portugal e para o Ocidente, a também para a própria- África, entendida esta na expressão real da sua vida e dos seus verdadeiros interesses.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Veio depois a tragédia de Goa e. de novo, o Chefe do Governo, ferido pela dor que uma vida de integral devoção à Pátria tornava cruelmente imerecida, se impôs à consciência e ao coração de todos os portugueses. E esta sala guarda ainda o eco das palavras lapidares em que nesse momento Salazar marcou, perante a história e o Mundo, uma posição de impecável dignidade e formulou irrefutáveis acusações contra o Estado agressor, contra a O. N. U. e ainda contra governos de países aliados que não quiseram ser fiéis aos compromissos assumidos e a normas essenciais do direito internacional.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Mais recentemente, na prossecução de uma série, de actos e diligências, em que é de inteira justiça salientar a parte que cabe ao trabalho fecundo, à coragem, ao tacto o à persistência do Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, ...

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - ... fez o Sr. Presidente do Conselho a declaração de 12 de Agosto, que é dos mais notáveis documentos da diplomacia contemporânea. E essa decla-