não aqueles que os areópagos internacionais lhes atribuem, conforme os ventos que sopram, têm de se convencer dê que Angola autodeterminou-se.

O que sucedeu ali repetiu-se em S. Tomé, culminando com a grandiosa recepção de Lisboa, e há-de repetir-se, onde quer que Portugal se prolonga.

Em face desta unanimidade de vontade do povo português, nós. os representantes desse povo, que nos honrou com o seu mandato, só podemos corresponder à confiança em nós depositada dando o nosso inteiro apoio à política do Governo de defesa intransigente de todas as parcelas que constituem a Nação.

Eis, Sr. Presidente, por que me permito felicitar os Srs. Deputados que em tão boa hora tomaram a iniciativa deste aviso prévio e vim a esta tribuna para dar a minha adesão, comungando nos votos que são os de todos os portugueses dignos da sua nacionalidade.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Sales Loureiro: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: a apresentação de um aviso prévio sobre a política ultramarina do Governo por este órgão de soberania, que. em todas as ocasiões,, vem sendo o maior barómetro do sentir nacional, é mais uma feliz iniciativa que o País fica a dever ao ilustre Deputado Doutor Veiga de Macedo e a seus distintos pares.

Bem se expressa, num arrobo de afirmação patriótica, quando na enunciação do aludido aviso prévio significativamente profere:

Afigura-se, assim, oportuno e aconselhável que, do alto desta tribuna, se proclame, uma vez mais, com a solenidade e a veemência requeridas, que a Nação está ao lado do Governo na decisão de manter a intangibilidade da terra portuguesa e de salvar a dignidade de um povo que, se não pretende dar lições aos demais, não as aceita de ninguém quando se trata de viver a sua vida colectiva e de manter a sua posição no plano das relações com os outros povos.

A esclarecida e esclarecedora declaração de 12 de Agosto de 1963, que o País e o Mundo, suspensos, atentamente ouviram, revela até que ponto pode ir uma análise, quando servida por uma inteligência lúcida, cuja cintilação trespassa a opacidade das situações mais confusas, a espessura compacta das mais ignóbeis contradições.

Ela é o tratado mais completo da razão de ser da nossa política no ultramar, o breviário mais feliz, onde se ordenam os mandamentos a que há-de obedecer a nossa acção futura frente à incompreensão ou aos apetites internacionais.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E o que permanece notável é que o Sr. Presidente do Conselho consegue ganhar sempre ângulos novos, outras perspectivas, para problemas que por todos foram debatidos e a muitos se afiguravam como completamente esgotados.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

a fazem criadora de povos, que assimilou em termos nacionais, graças aos princípios redutores da sua superior civilização.

Aos diferendos tribais, às oposições das diferentes etnias, no feiticismo primário, sobrepusemos todo o esplendor que irradia do nosso humanitarismo cristão, o recheio espiritual que deu sentido e vida ao Mundo Português - causa segura do nosso êxito como pátria pluricontinental.

Assim resultou o Portugal que hoje permanece em África, por razões de direito; pela vontade espontânea e unânime dos povos que o constituem; por legado histórico que, de nenhum modo, postergamos: por decisão e interesse do País. que não pode sacrificar-se a fórmulas novas, por antinacionais.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Não poderíamos de qualquer forma sair de Angola, como não poderíamos sair de Moçambique, porque já lá estamos de há séculos, e uma presença tão duradoura, concretizada, como o Sr. Presidente do Conselho referiu. numa «obra de elevação social, de civilização começada, prosseguida, assente em princípios morais e com determinantes políticas já seculares», não pode apagar-se, por força de uma maioria afro-asiática, artificialmente organizada, mentalizada na fermentação revolucionária ou no ódio racial, com a leviana cumplicidade, mais ou menos disfarçada, de certos países que só por logro, nesta eventualidade, se apelidam de ocidentais.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Logro de alianças respeitáveis que, ligadas pelo selo sólido dos séculos, se desfazem ao capricho de um voto, com sentido positivo ou negativo, consoante a causa é própria ou alheia! Mas dúvidas não há de que o elevado preço de todos estes erros, as altas custas de toda esta demanda, também os ocidentais os hão-de pagar!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - O Ocidente vem tornando-se, dia a dia. mais pequeno; nossa tem sido a tarefa de o dilatar!

Srs. Deputados: está plenamente demonstrado que o nosso sistema político-administrativo é de tal sorte maleável que se ajusta perfeitamente aos anseios das variedades étnicas que compõem o fundo humano do mundo lusíada.

Entretanto, verifica-se que o multirracialismo impregnou de forma avassaladora a nossa estruturação jurídica, a nossa compartimentação social, toda a essência espiritual do nosso mundo, tornado uma comunidade sem igual, que,