entre terras e gentes dispersas e ètnicamente diferenciadas.

Com efeito, se faltar o elemento espiritual nas formações sociais ou comunidade, ou, melhor, a vontade e o sentimento comuns, não pode haver uma vida conjunta, plenamente realizada, e, portanto, um meio nacional.

Não é, porém, o caso português. Portugal é pioneiro de há séculos da mais humana convivência inter-racial na formação de uma sociedade e de um estado pluricontinental e plurirracial, antítese do segregacionismo que é a causa implícita e lógica da chamada negritude.

Pretender-se, pois, situar o problema dos povos de expressão portuguesa, mesmo na sua diversidade etnogeográfica, com o de outros povos influenciados por comportamentos distintos e opostos aos nossos, no âmbito das relações humanas precedentes, não pode deixar de conduzir a conclusões aparentemente paradoxais, contudo bem lógicas.

Quanto a quaisquer outras considerações especiosas, fruto do clima emocional para o qual o Mundo está a ser empurrado, e a África em especial, julgo terem elas cabal resposta na histórica declaração do Sr. Presidente do Conselho de 12 de Agosto passado, ao afirmar que: «o que se impõe aos governantes há-de ser em cada momento encarado à luz do sentimento nacional e do interesse da grei; de modo algum por sujeição a desígnios que a um e outro se opõem».

No domínio da evolução das sociedades há um elemento fundamental que importa cultivar. E é ele o que respeita à cooperação entre os povos para que a justiça social seja um facto evidente no Mundo, em vez de uma simples fórmula demagógica; para que haja cada vez menos fome no Mundo, mais desvelo pelos problemas da saúde e de educação das populações, de modo a torná-las, pela educação, conscientes dos seus destinos e do ser livre arbítrio; mais equitativa distribuição da riqueza; iguais oportunidades de acesso para todos, para que efectivamente os mais aptos, independentemente da coloração da epiderme, do lugar ou condição do nascimento, ocupem a posição que a cada um compete na escala da hierarquia dos valores aferidos pela capacidade e inteligência tão-sòmente.

Todo um plano de acção está em curso, no âmbito nacional para atingirmos, aquém e além-mar, as metas a que me referi.

Mas, é evidente que a guerra ateada c subsidiada por estranhos, que dizem assim proceder por mera filantropia, em que não acredito e julgo que ninguém de boa fé neste mundo, não deixa de afectar a marcha do progresso da terra e o bem-estar das populações, além do sacrifício de vidas preciosas, reduzindo (em Angola) os já tão escassos valores demográficos do território.

Vozes: - Muito bem!

stos aos que se verificaram: ...

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - ... afirmação de unidade, calor fraterno, total compreensão humana entre as pessoas de todas as raças que vivem, sofrem e lutam pelo advento de uma vida de paz construtiva numa terra onde muitos podem caber além dos que têm direito de lá permanecer por razões de ordem histórica (a história tem os seus direitos de cidade e só a renegam os que a não têm ou os que dela têm motivos para se envergonhar), de ordem sentimental porque se misturaram desde séculos, de ordem cultural porque falam a mesma língua e aprendem nas mesmas escolas, e de ordem espiritual porque rezam no mesmo altar as mesmíssimas orações e concebem o mesmo Deus.

Esses factores não se mutilam em nenhuma sociedade formada porque são eles que constituem o meio de vida em que um indivíduo se sente integrado (a integração deve ser geográfica, étnica e culturalmente recíproca para ser válida) e que permite o processamento do meio nacional que é a Pátria.

Eis a explicação que damos aos estranhos, porque é autêntica e os surpreende ao defendermos a nossa comunidade luso-tropical.

Eu pessoalmente a tenho dado em impressões que tenho trocado em países estrangeiros com membros qualificados de outros países, africanos ou não, nalgumas conferências internacionais em que tive oportunidade de participar, justificando a minha qualidade de luso-angolano.

Esta é a nossa razão e a nossa vontade de conviver em sociedade multirracial, que bem pode servir de padrão para outros povos em vez de se tentar obliterar.

Vozes: - Muito bem!

alha do presente e do futuro.

O Sr. Elísio Pimenta: -Muito bem!

O Orador: - A primeira, esperamos em Deus que seja episódica, que uma tomada de consciência dos mais responsáveis, compenetrando-se que da forca bruta, da