Na nossa obra avulta, entre as máculas mais vivas e as deficiências mais relevantes, a situação do nosso ensino e do nosso sistema educacional - insuficiente nas dimensões, antiquado nos métodos e conceitos pedagógicos, em muitos aspectos indefinido ou mal orientado relativamente aos fins superiores da educação e ao ideal educativo.

Não que não sejam importantes as realizações promovidas no sector da educação, e sobretudo as de ordem quantitativa. Mas, tudo longe da revisão profunda e integral, da reforma rasgada e saudável, que se impunha nesta hora alta de restauração e de engrandecimento nacional.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Olha-se, agora, decididamente para a solução do magno problema e, seguros das possibilidades, da eficiência e da força criadora do regime, já tantas vezes e tão exuberantemente provadas, seguros podemos também estar de que o problema será dominado e plenamente resolvido, seguros de que vamos também ganhar a grande batalha da educação.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Fundamentalmente só há duas vias para reformar e melhorar o Mundo: uma é reformar o homem, a outra as instituições. E velha a divergência e a disputa sobre a preferência a dar aos caminhos sugeridos nas pontas deste dilema. E, enquanto uns dizem: dirijamo-nos primeiro aos homens, outros apregoam: melhoremos as instituições.

Visões unilaterais, porque o verdadeiro caminho será agir ao mesmo tempo sobre as instituições e o homem, duas realidades solidárias e indissociáveis.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

divisões no seio da Nação, fundamento de um poder instável, precário, dependente dos interesses e das visões partidárias e de uma política dominantemente absorvida nas lutas pelo poder; porque à estrutura demo-parlamentar e ao espírito de partido substituímos a visão nacional dos problemas e instituímos um poder unificador, promotor da coesão nacional, estável e contínuo, dispondo de tempo para os grandes desígnios e grandes realizações, sobranceiro às querelas e interesses de facções e com intenção e possibilidades de se consagrar ao serviço do bem comum; porque reformámos, em fundamentos sadios, a nossa organização política e criámos instituições adequadas a uma política eficiente nos meios e convenientes nos fins, pudemos promover a obra gigantesca que está aí a caracterizar uma das épocas mais fecundas e criadoras da nossa vida quase milenária.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Voltamo-nos agora decididamente para a consideração da outra face do labor da nossa revolução construtiva - a valorização do homem pela educação, uma formação que assegure, com plena expansão da sua personalidade, o melhor rendimento no plano social e nacional.

Assim se amplia e completa o programa do nosso esforço, se ampliam e completam os aspectos da nossa obra. E, por isso, digo que esta hora e a empresa que iniciamos tem vasto alcance e significado transcendente na história da Revolução, vasto alcance e significado transcendente para a vida e o futuro da Nação.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - E, para encerrar, algumas palavras de homenagem.

E estas dirigidas aos que promoveram este movimento esperançoso.

Entre todos distingo os que conceberam e apresentaram a problemática deste aviso prévio, particularizando o Prof. Nunes de Oliveira.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

e de assegurar a sua formação.

Prossiga Sr. Ministro no seu alto propósito e prossiga na linha que tão superiormente definiu, dando-se com amor e sentido de missão à obra grandiosa que se propõe realizar.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Ficará a sua passagem no Governo como alta chama de espírito a projectar-se luminosamente e criadoramente no tempo.

E o seu vulto há-de erguer-se na história como um dos grandes obreiros do nosso renascimento e com um dos títulos que mais pode engrandecer um homem e enobrecer uma vida humana. Ficará, verdadeiramente, um grande construtor de futuro.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.