coes da sociedade, se escravizam gerações inteiras a planos ultrapassados e nocivos é se submete ao traumatismo psicológico de um exame de admissão inadmissível...

Vozes: - Muito bem!

ao insucesso.

Confessemos que, apesar do grandioso volume das realizações materiais, sobretudo na construção de edifícios, e à excepção de um ou outro sector confiado a destacadas personalidades - que as há -, não temos tido uma política educacional.

O Ministério das Obras Públicas, como máquina eficientíssima que é, cumpre exemplarmente os seus programas de construção;...

O Sr. Pinheiro da Silva: - Muito bem!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Entregámos à Igreja a disciplina de Moral e de Religião, e de consciência tranquila passámos adiante como se tivéssemos cumprido tudo quanto era de exigir de um Estado que se preza.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Entretanto, quiosques e conceituadas livrarias exibem panoramas altamente educativos importados às toneladas dos maiores centros gráficos dos Estados Unidos ou do Brasil; as autoridades contemplam com paternal complacência os inconformistas de 12 anos que pejam as artérias das nossas cidades pendurados em cigarros notoriamente recomendados pelas sociedades médicas do mundo inteiro; nos espectáculos públicos progride-se no combate ao preconceito pelos mais modernos métodos audio-visuais. Há quem calunie a juventude mencionando o uso de estupefacientes, mas deve tratar-se de louvável ousadia destinada a erguer-nos o nível no desconcerto das nações.

É, todavia, lamentável que a Mocidade Portuguesa tenha desprezado a educação política da juventude a tal ponto que se tornou possível a agitação estudantil de 1962, e que o espírito reivindicativo e convivial domine os ânimos juvenis.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - «É preciso reformá-la», e há oito anos que os curandeiros se afadigam à procura da fórmula salvadora, como se de mera fórmula se tratasse. Aqui, como na moral e na religião, bastou criar a disciplina de Organização Política e Administrativa da Nação para ficarmos igualmente tranquilos.

Simplesmente, a quem se entrega a elaboração dos programas?

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Quem inicia os eventualíssimos professores na didáctica dessa e de outras disciplinas?

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Quem acompanha e orienta fora dos liceus normais a planificação das lições? Quem emite directivas? Quem ajusta, corrige, actualiza ou renova?

O milicianismo caracteriza a docência da maior parte das nossas escolas e muito particularmente do ultramar, e nada parece poder corrigir em algumas delas os desmandos do professor novato investido de uma autoridade para o exercício da qual nunca foi preparado, nem do poder discricionário de castigar no aluno a sua própria ineficiência profissional e pedagógica.

Vozes: - Muito bem!

abominação das abominações.

Do ensino superior já me custa falar. Há anos que se verificou a ineficácia do exame de aptidão e o desperdício de energias que ele exige; há anos que se fala da necessidade de estabelecer graus inferiores à licenciatura que