País se lhe forem dados os meios precisos para que essa obra se possa intensificar, aperfeiçoar e perdurar, e venha corresponder ao que da instituição se espera. Não se lhe regateiem esses meios de que carece, porque este género de trabalhos requer laboratórios bem equipados e, sobretudo, pessoas especialmente preparadas e treinadas e dotações financeiras consideráveis.

Deste modo se conseguirá uma melhor preparação de investigadores e seus auxiliares, incrementar a acção dos nossos órgãos de investigação e orientar as suas tarefas no sentido de dotar o País com o número e qualidade de cientistas e técnicos indispensáveis ao seu progresso.

O Sr. Sales Loureiro: - V. Ex.ª dá-me licença?

O Orador: - Faz favor!

O Sr. Sales Loureiro: - Oxalá que o propósito que V. Ex.ª refere se efective quanto antes, porque muito há a esperar do Instituto de Alta Cultura.

O Orador: - Devo dizer a V. Ex.ª que manifesto aqui essa minha esperança na exposição que faço.

É de desejar, sinceramente, que isso aconteça, e sobretudo, que ao ser encarado o problema do alargamento da acção do Instituto, não se protele por mais tempo a criação de um centro de estudos pedagógicos, como fulcro do futuro instituto de ciências pedagógicas, verdadeiramente indispensável nesta hora de exaltação dos nossos mestres, de quem todos se preparam para exigir, ao que parece, o mais alto grau de eficiência no seu labor educativo e formativo da juventude.

Vozes: - Muito bem!

isentos de contaminação por doutrinas, ideias e filosofias que de um modo ou outro possam brigar com a sua mística cristã, esses jovens têm na verdade o indiscutível direito de esperar que os responsáveis pela sua formação lhes mitiguem a sede das suas justas reivindicações no plano educacional!

Reivindicações no sentido de uma educação de base à altura das necessidades do nosso tempo; no sentido de uma aprendizagem activa consentânea com as sempre maiores exigências do ensino; no sentido de um substancial incremento dos meios postos ao serviço da investigação científica; no sentido de uma prudente política de generalização do acesso ao ensino secundário, concomitante com a formação, acelerada de professores, técnicos e investigadores; no sentido de um adequado refreamento da tendência para a especialização absorvente, para aquele clima de pura tecnicização que está a dominar, em muitos países, os ensinos secundário e superior, e que afinal se tem revelado contraprodu cente, já que a evolução constante das técnicas o que impõe, cada vez mais claramente, é aptidão para mudar de especialização, e tal aptidão depende sobretudo do grau de cultura geral que assiste ao profissional; no sentido, enfim, da dignificação do professor, compreendida ela nos vários aspectos moral, intelectual, pedagógico e material, por forma a poder exigir-se dele, e então com toda a autoridade, o mais acabado, o mais construtivo, o mais eficiente cumprimento dos seus graves deveres de técnico e educador cristão!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - É a tudo isto, fundamentalmente, que aspiram os jovens de Portugal, num inquietante afã de justiça e de superiorização, numa preocupação constante e legítima da sua crescente valorização, num transbordante desejo de que a Pátria os saiba alcandorar por fim aos cumes luminosos, donde só possa avistar-se, a toda a largura do horizonte, a paisagem calma, majestática e reconfortante da nossa lusitanidade sempre renovada e engrandecida!

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

pode ignorar nem minimizar a valiosa achega que este alto areópago está dando à causa educacional...

O Sr. Augusto Simões: - Muito bem!

O Orador: - ... - tanto mais que S. Ex.ª sabe bem que esta Assembleia Nacional tem tanto interesse e quase tanta responsabilidade como ele na boa solução deste problema vital para toda a Nação.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - E desde que assim coloco, no seu verdadeiro nível supremo, o problema em debate, cumpre-me dar a VV. Ex.ªs a razão por que, no meio de uma dis-