litativo o quantitativo, que expresso num estatuto nacional de educação há-de dar satisfação às aspirações de todos os portugueses.

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - Que nos actuais planos de ensino há algumas falhas, e há sempre falhas que são mais consequência da actuação dos homens do que da essência dos princípios, e que urge remediar, atrevi-me mesmo a fazer sugestões. Não tenho a certeza de o ter conseguido, e assim a mágoa de não ter feito render todos os talentos que Deus entregou a minha guarda. Uma certeza me ficou, porém, deste debate, é que outros o fizeram por mim com tanto brilho que hão-de apagar o eco das minhas descoloridas palavras.

Quero porém acrescentar que no momento presente, em que ao País se põe o problema gravíssimo da sua sobrevivência numa guerra que lhe foi criminosamente imposta de fora, e que esgota dia a dia as possibilidades do erário nacional, havemos todos de fazer um esforço mais para vencer a dura batalha da educação, que há-de cimentar a unidade da retaguarda e ao mesmo tempo assegurar a criação de novos riquezas que hão-de contribuir para uma nova vitória no campo do desenvolvimento geral do nosso país, já que a vitória militar está assegurada pelas mãos das gloriosas forças armadas, que na grandeza de uma Pátria que querem grande, livre e independente, na força e coragem da juventude portuguesa que as integra e nas tradições de um passado brilhante encontram motivo bastante para heroicamente se bater, viver e morrer por Portugal.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra para encerrar o debate o Sr. Deputado Nunes de Oliveira.

Ao encerrar-se, portanto, este debate, cabe-nos a honra de agradecer em primeiro lugar a V. Ex.ª, Sr. Presidente, com o testemunho do maior reconhecimento, a atenção que sempre se dignou dispensar-nos e que, mais uma vez, pôs em plano de evidência a sua generosidade.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A todos os Srs. Deputados que participaram nesta discussão, os nossos cumprimentos e agradecimentos pela dedicada e inteligente colaboração que nos prestaram, através de valiosíssimas contribuições que pudemos interessadamente seguir durante as oito últimas sessões e em que usaram da palavra 30 Srs. Deputados, numa afirmação de extraordinário interesse pelo problema suscitado, o que permitiu que o debate se revestisse de uma elevação que de outro modo estaria comprometida.

Queremos ainda tornar extensivo o nosso reconhecimento a toda a Assembleia pela benévola atenção e bom acolhimento que nos proporcionou.

Finalmente, a imprensa, à rádio e à televisão, o testemunho de muito apreço pelo relevo que sempre foi dado a este debate.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: como algures dissemos, para aqueles que, como nós, vivem a sua profissão, que procuram ter da vida uma visão que nos desperte na alma uma dedicação contínua e um entusiasmo sem arrefecimento, mesmo nas situações mais delicadas, é sempre com incontida satisfação que nos debruçamos sobre problemas que directamente nos dizem respeito, não só por nos permitir um reflectido exame de consciência, como ainda no propósito de evitar que, umas vezes por negligência, nossa e outras por influência de certo alheamento de prementes realidades, sejamos arrastados para situações que nos poderão ser fatais.

E porque durante o debate nenhum colega se ocupou da investigação cientifica, creio de muito interesse uns momentos de reflexão sobre o que se passa neste importantíssimo sector.

Na sessão de 22 de Março de 1962 tivemos oportunidade de fazer algumas considerações sobre a investigação científica como consequência da actividade desenvolvida pelo Instituto de Alta Cultura. Nesse momento não regateámos os louvores que nos pareceram justos, motivo por que agora nos encontramos em posição insuspeita para mais algumas notas complementares.

A investigação científica tem de ser orientada e coordenada com o apoio e colaboração das Universidades para que a mutabilidade atinja o seu expoente máximo.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - O futuro investigador, como já uma vez afirmámos, deve possuir formação científica suficiente para ser capaz de assimilar com maior ou menor facilidade os ensinamentos de outrem ou, por si só, lançar-se na busca de novos horizontes das matérias que ocupam a sua atenção. Portanto, a aprendizagem prévia que, fornecendo-lhe os necessários conhecimentos, lhe desenvolva o desejo de encarar problemas mais transcendentes e a criação da mentalidade de investigador, são funções da Universidade.

Mas o desenvolvimento da investigação no nosso país tem de obedecer a um trabalho perseverante e bem orientado, e para tal nada mais seria necessário do que reorganizar o Instituto de Alta Cultura, com vista a poder desempenhar essa elevada missão, pois que actualmente já não corresponde às exigências científicas e culturais do momento que atravessamos.

E é necessário também que a indústria nacional, em fase evolutiva importante, compreenda que é de incomensurável proveito para o seu desenvolvimento uma investigação científica de elevado nível.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Há países, por exemplo, onde o "montante de bolsas ou subsídios originários da indústria e destinados às Universidades chegam a atingir mais de 30 por cento da quantia que estas utilizam na investigação".

Neste, como noutros aspectos, justo é pôr em evidência o notável auxílio que a Fundação Calouste Gulbenkian tem