de nível de vida aceitável e gente evoluída no seu litoral, tem a contrastar esse outro irmão onde a vida ó dura, onde a aridez mora, impregnando tudo e todos do agrura e solidão - a serra!

É para esse Algarve de que os poetas e escritores fogem, que os turistas desconhecem e do qual estão n fugir nos milhares os Algarvios, por inóspito e desolador, que eu chamo a atenção do Governo, cujo lema desse mesmo Governo ó levar aos mais recônditos lugarejos uma alfaia para o trabalho, uma casa para a família, uma escola e uma cruz para o espírito e um caminho por onde o progresso possa entrar!

É para esse Algarve, onde as casas não têm um mínimo de condições e a vida não tem o mais longínquo atractivo, que quero chamar a atenção do Governo.

Quantas vezes, ao ver do litoral o horizonte acidentado e desolador do Sotavento do Algarve, ao olhar do miradouro da serra do Caldeirão as suas encostas desnudadas ou ao contemplar do Alto da Fóia o panorama majestoso e frio da vertente norte da semi de Monchique, me sinto transportado a nudez escalvada do célebre Monte Cara, de Cabo Verde, qual ciclópica estatua jacente esculpida na aridez imensa de S. Vicente!

Não sei quem afirmou que sem árvores não há paisagem nem vida; sei, porém, de algumas das suas múltiplas aplicações e do valor que já hoje representa na economia do País, o que constitui razão suficiente para advogar calorosamente a extensão da arborização, tanto mais que com esta medida podemos ter como certo um maior contributo da Arvore na formação do produto nacional.

Faremos ainda melhor ideia do seu valor económico se considerarmos que, mesmo num cômputo modesto, florestar os 248 400 ha é trazer mais 200 000 contos, aproximadamente, todos os anos para o Algarve!

Podemos concluir que tudo então será melhor nestas paragens, onde com o mar começa o caminho que nos fez grandes e universais, grandeza que nos não deveríamos cansar de reivindicar!

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vou encerrar a sessão.

O debate continuara na sessão de amanhã sob a mesma ordem do dia.

Está encerrada a sessão.

Eram 19 horas e 40 minutos.

Sr. Deputados que entraram durante a sessão:

Aníbal Rodrigues Dias Correia.

Antão Santos da Cunha.

António Burity da Silva.

António Carneiros Lopes.

Armando Cândido de Medeiros.

Armando José Perdigão.

Artur Alves Moreira.

Francisco António Martins.

Francisco de Sales de Mascarenhas Loureiro.

Henrique dos Santos Tenreiro.

João Nuno Pimenta Serras e Silva Pereira.

Jorge Manuel Vítor Moita.

José Augusto Brilhante de Paiva.

José Luís Vaz Nunes.

José Manuel da Costa.

Manuel Colares Pereira.

Manuel Homem Albuquerque Ferreira.

D. Maria Irene Leite da Costa.

D. Maria Margarida Craveiro Lopes dos Beis.

Olívio da Costa Carvalho.

Ulisses Cruz de Aguiar Cortês.

Virgílio David Pereira e Cruz.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Agnelo Orneias do Rego.

Alberto dos Beis Faria.

Albino Soares Pinto dos Beis Júnior.

André Francisco Navarro.

António Augusto Gonçalves Rodrigues.

António de Castro e Brito Meneses Soares.

António Gonçalves de Faria.

António Júlio de Carvalho Antunes de Lemos.

António Manuel Gonçalves Rapazote.

António da Purificação Vasconcelos Baptista Felgueiras.

António Tomás Prisónio Furtado.

Armando Francisco Coelho Sampaio.

Augusto César Cerqueira Gomes.

Belchior Cardoso da Costa.

Carlos Emílio Tenreiro Teles Grilo.

Jacinto da Silva Medina.

Joaquim de Jesus Santos.

José Pinto Carneiro.

José dos Santos Bessa.

Júlio Alberto da Costa Evangelista.

Manuel Herculano Chorão de Carvalho.

Manuel de Melo Adrião.

Purxotoma Ramanata Quenin.

Urgel Abílio Horta.

Voicunta Srinivassa Sinai Dempó.