do plano intercalar do II Plano de Fomento, e adentro das superiores directivas do Planeamento Regional de Trás-os-Montes.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Submeter-se, a regadio mais 1080 ha da ubérrima terra dessa veiga, mediante a execução de dez captações gigantes de água subterrânea e da construção de uma barragem na ribeira de Areossó;

Resolver o problema da recomposição predial da área em causa, bem como o da motomecanização da sua agricultura, além, por meio de uma eficiente operação de emparcelamento, a que acrescerão, para sua completeza, várias obras de beneficiação do agro e das condições da sua exploração e industrialização; aqui, por meio da criação de um parque de máquinas de grande potência, ligado à secção de máquinas da futura Cooperativa- Agrícola de Chaves, e da constituição de associações de vizinhos equipadas com máquinas de pequena u média potência, também enquadradas naquela secção, e todas servidas por oficinas de reparações e escolas de mecânicos e de tractoristas, anexas àquela Cooperativa, mas dependentes da Escola Técnica de Chaves;

Promover o bem-estar rural em toda a zona abrangida pela veiga, e a interessar os seus 22 aldeamentos, pela atribuição às respectivas populações daquele mínimo de comodidade e conforto que as exigências da sociedade moderna fazem situar no plano das coisas indispensáveis à definição de um nível de vida compatível com a dignidade humana, e mínimo esse que se obterá pela beneficiação das habitações, pelo arranjo das ruas e sua pavimentação, pelo abastecimento de água e energia eléctrica, pela dotação com redes de esgotos ou de fossas sépticas e pela construção e arranjo de caminhos;

Despender nestes trabalhos, como julgo estar calculado, A imponente cifra de

Realizar tudo isto, assim do pé para a mão, quase sem si: esperar, de tanto se ter esperado, é realizar um autêntico milagre, é operar a revolução ansiada por todos os lavradores da velha Aquae Flaviae, com vista à melhoria geral do seu nível de vida, é autorizar que todos eles possam agora pensar a sério,

dedicar-s e a sério à valorização integral da terra, em todos os seus múltiplos aspectos, e por essa via contribuir também para o fortalecimento da economia da zona, e indirectamente da economia da Nação.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Por isso estão gratos ao Governo.

Mas ousam pedir - e é o último pedido! -, com os olhos postos no quadro negro que ainda não desapareceu, com o pensamento nos longos, mas bem próximos, dias, meses e anos de privações e faltas, de desolação e endividamento, de improdutivo labor, esperança destroçada u fé perdida, que não seja retardado o início dos trabalhos projectados, a fim de com eles se iniciar também a era de renovação e progresso de toda a região flaviense, como fruto primeiro e apetecido da nova política agrícola oficial.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Belchior da Costa: - Sr. Presidente: subo a esta tribuna exactamente movido pelo mesmo impulso que a ela me fez subir, já não sei se pela primeira vez, aí por 1948, quando se suscitou nesta Câmara um amplo e exaustivo debate à volta do um aviso prévio relacionado com os problemas do pão.

Então como agora vim aqui dar um testemunho e trazer uma palavra de reconhecimento e de conforto e naturalmente de defesa a favor da lavoura da minha região - aquela cuja actividade, agrícola produz os géneros que podemos classificar de pobres (pobres certamente apenas pelo baixo preço por que são pagos à produção): o milho e o leite, que são a base principal (e quase única) da sua economia agrícola.

Os males que então afligiam a agricultura portuguesa e que aqui foram amplamente apreciados agravaram-se enormemente desde então para aquém. Sobretudo, é alarmante o desnível entre o alto preço dos custos de produção e o baixo preço dos produtos. E já por aqui se vê quão oportuno é o aviso prévio que prende neste momento a nossa atenção.

Deste modo, no limiar das despretensiosas considerações que vou fazer impõe-se expressar aqui uma palavra de- homenagem ao ilustre autor do aviso prévio. Sr. Eng.º Amaral Neto, a quem toda a lavoura portuguesa deve estar profundamente reconhecida, e felicitá-lo pela oportunidade da sua - iniciativa, ao que da minha parte acrescentarei o tributo de uma nota de muito apreço e de muito louvor pela sua coragem e pela ampla riqueza e lucidez do magistral trabalho que constituiu a efectivação do seu aviso prévio.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. António Santos da Cunha: - Muito bem!