momento, e de tal modo que as queixas partem directamente da lavoura, por causa de uma recente subida verificada nos fretes respeitantes ao transporte marítimo de adubos e de gado bovino.
Estou, na realidade, a medir os reflexos que o facto importa nos domínios da agro-pecuária, e, ao medi-los, mais me entrincheire na posição tomada há cerca de doze anos.
Como eu tinha razão às carradas!
Estudem o problema e vejam.
Vejam o problema e meditem seriamente sobre ele.
Claro que sustentando, com total independência, como sustento, a posição que tomei, estimaria realmente que a solução tivesse sido outra, mas também não sei se as dificuldades presentes, levantadas noutros sectores de interesse muito chegados a nossa sobrevivência como nação definida humana e territorialmente, desaconselharam ou não teriam permitido o deferimento do que sugeri. Em todo o caso espero que o Governo tão depressa se sinta em condições de dar a requerida solução ao problema a não demore, para que nas portuguesas terras açorianas e na alma sã daqueles que as trabalham de sol a sol a alegria de produzir não seja empanada por manchas de intranquilidade desencorajadora.
Vozes: - Muito bem!
população bovina nos Açores, o que corresponderia a um total de mais de 100 000 cabeças em coda distrito».
O último resumo estatístico que conheço é de indiscutível eloquência:
É de cerca de 140 000 cabeças o efectivo bovino insular - a maior densidade do País em gado vacum! -, assim discriminado, por distritos:
E no referente à produção de leite industrializado e de manteiga produzida temos os seguintes números em 1960:
Manteiga (quilogramas)............ 624 009
Manteiga (quilogramas)............ 1 138 807
Na verdade, os Açores possuem condições óptimas para a produção de pastagens de excepcional valor. Tudo está em conjugarem-se os esforços no sentido de fazer do arquipélago uma unidade económica elevada ao máximo da sua eficiência. Deixo esse candente problema recomendado desde já aos técnicos, e especialmente aos lavradores açorianos, que terão, porventura, de pôr de parte alguns, pruridos contrários a uma unidade de vistas e de acção deveras imperiosa, tanto mais que a integração do espaço económico português está em marcha irreversível.
Resta-me assinalar as vitórias obtidas com a arborização de terrenos através dos serviços florestais, quer na ilha de S. Miguel, quer na ilha de Santa Maria, e regozijar-me por não terem sido mal empregados os esforços desenvolvidos pela representação parlamentar de Ponta Delgada nesta Assembleia para que esses serviços estendessem a sua relevantíssima acção àquelas ilhas. Dá gosto ver o trabalho já realizado e a compreensão que os populações vão tendo das vantagens da florestação, mas a tarefa deverá ser alargada, por meio da criação de estímulos e de processos de fácil adopção, às propriedades particulares que, pela pobreza do solo ou pelo seu relevo, se mostrem próprias para o revestimento florestal, com a sua dupla função protectora e de rendimento.
Ainda há pouco, no decorrer do acto de posse dos membros do Fundo de Fomento Florestal e Aquícola, o Sr. Ministro da Economia aludiu a ocupação racional da terra por meio «de uma conversão cultural a favor da mata». Às suas declarações, a propósito da Lei n.º 2069 e das notáveis possibilidades agora destinadas ao fomento do património particular, realçam e aumentam a importância daquele diploma, ao assegurarem-lhe a necessária projecção.
Nos Açores, de uma maneira geral, abundam os terrenos declivosos, onde a erosão opera com extrema facilidade o seu mortal desgaste. Para que a ocupação racional da terra ali se verifique urge empreendê-la com base em eficientes cartas de uso e capacidade dos solos. E os terrenos dos particulares, torno a dizer, não devem ficar à margem, ainda que os serviços florestais já lhes tenham dispensado e continuem a dispensar benéfica assistência,