enormes dificuldades que sobre ela impenderam para resolver os problemas relacionados com a obra do Lis.

Num bem elaborado e criterioso estudo, constante do relatório apresentado em Dezembro findo pela referida comissão administrativa, vem dizer-se que só lhe seria possível assumir a responsabilidade da exploração e conservação da obra do rio Lis se fossem solucionadas certas questões técnicas reputadas de capital importância e haver A garantia de resolução de outras não menos urgentes e também de grande importância para o aproveitamento.

Tudo isto vem confirmar a justeza dos reparos por nós feitos e da necessidade e urgência das medidas que se impunha adoptar com vista à- satisfação das tão razoáveis e prementes necessidades dos proprietários do Lis.

Sr. Presidente e Srs. Deputados: uma elementar exigência da justiça social e da justiça distributiva é a de todos suportarem os encargos para no mesmo plano e na mesma proporção receberem os benefícios. E compete a diz-se, a este respeito, que é justo que o preço dos produtos de primeira necessidade esteja ao alcance do conjunto dos consumidores, mas acrescenta-se:

Mas é evidente que não nos podemos apoiar neste motivo para reduzir toda a classe de cidadãos a um estado permanente de inferioridade económica e social, privando-os do dinheiro indispensável para alcançarem um nível de vida decente; isto está em oposição evidente com o bem comum.

A lavoura tem a plena consciência de que vivemos uma hora de sacrifício e, por isso, não quer faltar com o seu, assim a não impeçam de o poder prestar pela destruição total da sua capacidade de resistência. Mas o que não vê com bons olhos, e daí as suas queixas, é que seja a única sacrificada, não em proveito da Nação, mas sim em proveito das outras actividades, que, em paga, lhe voltam as costas e a olham com sobranceiro desdém.

Disse um dia o Sr. Presidente do Conselho:

O nosso povo, mesmo nas suas queixas e ainda quando estas são infundadas, merece ser acarinhado, e dirigido, e esclarecido, e aconselhado. É preciso ensiná-lo a defender os seus próprios interesses.

Mas as queixas das gentes do campo que temos a honra de representar nesta Assembleia são bem fundadas. Prouvera a Deus e a elas que o não fossem!

Há, por isso, redobrada razoo para conjugar todos os esforços - e todos não serão de mais - no sentido de vencer todas os dificuldades no seu valor actual, cumprindo ao Governo, dentro do condicionalismo que o imperativo da defesa nacional impõe, actuar com prontidão e decisão em prol da sacrificada lavoura. Assim o esperamos, Sr. Presidente.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vou encerrar a sessão.

O debate continuará amanhã sobre a mesma ordem do dia. Está encerrada a sessão.

Eram 19 horas e 30 minutos.

Srs. Deputados que entraram durante a sessão:

Alberto dos Beis Faria.

Alexandre Marques Lobato.

André Francisco Navarro.

Aníbal Rodrigues Dias Correia.

António Burity da Silva.

António Caldeiros Lopes.

António Gonçalves de Faria.

António Marques Fernandes.

António da Purificação Vasconcelos Baptista Felgueiras.

Armando Francisco Coelho Sampaio.

Armando José Perdigão.

D. Custódia Lopes.

Henrique dos Santos Tenreiro.

João Nuno Pimenta Serras e Silva Pereira.

José Augusto Brilhante de Paiva.

José Dias de Araújo Correia.

José Fernando Nunes Barata.

José Guilherme de Melo e Castro.

José de Mira Nunes Mexia.

José dos Santos Bessa.

Júlio Alberto da Costa Evangelista.

Manuel Augusto Engrácia Carrilho.

Manuel Nunes Fernandes.

D. Maria Irene Leite da Costa.

Simeão Pinto de Mesquita Carvalho Magalhães.

Ulisses Cruz de Aguiar Cortês.

Virgílio David Pereira e Cruz.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Agnelo Orneias do Rego.

António de Castro e Brito Meneses Soares.

António Tomás Prisónio Furtado.

Augusto César Cerqueira Gomes.

Augusto Duarte Henriques Simões.

Jacinto da Silva Medina.

João Mendes da Costa Amaral.

Manuel Colares Pereira.

Manuel Herculano Chorão de Carvalho.

Urgel Abulo Horta.

Voicunta Srinivassa Sinai Dempó.