lagem e no valor, deu-se um movimento que agravou o déficit, pois subiu bastante a1 importação e diminuiu a exportação. No ano findo, o movimento foi em sentido inverso, em quantidade e em valores, embora continue a verificar-se forte desnível na balança comercial. No entanto, a interpretação destes números tem sua delicadeza, e uma apreciação menos cuidada pode facilmente levar a erros.

Embora haja decrescido o volume das importações, em 1962, a verdadeira causa da diminuição da verba global despendida nas importações fixa-se na baixa dos preços dos artigos importados, que passaram de 3812$, em 1961, para 3720$, em 1962, conjugada com a subida nos preços médios da exportação, de 3730$ para 3976$, por tonelada. Se os preços se tivessem mantido, o valor das importações e das exportações seria muito agravado.

O exame do volume de mercadorias importadas durante um longo período de tempo mostra que as cifras se mantiveram com leves oscilações na década 1930-1940. Â guerra trouxe-as para tonelagem que, num ano, foi quase metade. Mas a ascensão a partir do fim da guerra elevou-as para quase 5 milhões de toneladas em 1961, a cifra mais alta atingida.

O movimento na exportação, com um máximo de 2775000t em 1956, progrediu muito, mas está aquém das possibilidades.

O quadro seguinte dá a evolução da balança comercial de 1929 a 1962, com os preços médios anuais:

Só nos três anos de 1941 a 1943, por especiais razões de ordem internacional, a balança comercial foi favorável. Na verdade, o significado de uma descida imprevista no déficit da balança é bem diferente se a sua causa deriva de simples oscilação de preços no mercado internacional ou se provém de razões internas.

Por isso, não é, por si só, motivo de tranquilidade o facto de o déficit ter descido de 9 500 000 contos em 1961 para 620000 contos em 1962. A posição relativa de ambos os termos da balança comercial vê-se num quadro adiante; dos seus elementos, tem relevo a percentagem- do valor unitário das exportações sobre o das importações. Depois de seis anos consecutivos de menores valores nas exportações, o ano de 1962 mostra 6, vantagem de 7 por cento. Alias, o maior preço unitário n as exportações tem Rido a regra, e nunca se tinha mantido uma série tão prolongada de anos em que isso não acontecesse, como nos anos que vão de 1956 a 1961. Portanto, a viragem operada em 1962 não é mais do que retomar a tradição.