anos na Europa ocidental e noutras regiões do globo, no que respeita a selecção de métodos de trabalho, ao anseio de melhores níveis de vida, á rápida intercomunicabilidade entre povos, as melhorias no ensino, e a muitos outros factores que produzem uma verdadeira revolução nesta segunda metade do século XX.

A readaptação de mentalidades afeitas a outros processos ou métodos de trabalho, ou a ideias que já estão fora do tempo, não é fácil, mas é indispensável se o País quiser usufruir o progresso económico e social que merece. Em 1962 as despesas elevaram-se a 14831381 contos, distribuídas como segue:

É muito elevada este ano a percentagem das despesas extraordinárias. O ano passado as despesas ordinárias aproximaram-se de 60 por cento do total e desceram para 56 por cento este ano. A influência das despesas extraordinárias no total começou a acentuar-se a partir de 1950, ano em que foram superiores em cerca de 490000 contos as do ano anterior.

De então para cá os acréscimos nas despesas extraordinárias constam deste quadro:

Milhares de contos

1958 .................. + 556

1959 .................. +1060

1962 .................. + 386

Quando se tratar do emprego das despesas far-se-á estudo mais pormenorizado das despesas extraordinárias.

Dir-se-á apenas agora que nos últimos quatro anos, em que os aumentos ultrapassaram l milhão de contos, a soma destes aumentos atinge mais de 6144000 contos, o que não estava na tradição orçamental portuguesa.

As cifras publicadas acima revelam, pois, um rápido desenvolvimento dos meios financeiros utilizados pelo Estado. Ainda se pode determinar, no contexto dos preços, qual o valor intrínseco das despesas totais, que, como se viu acima, se fixaram, em moeda corrente, em 14831 000 contos, números redondos.

No quadro publicado adiante utilizaram-se dois índices: o antiquado, de 1927, e o mais recente, de 1948.

A evolução das despesas nesta base foi:

As cifras dão ideia do que se processou em longo período de tempo e até certo ponto mostram a evolução política e social durante quase um quarto de século. Os números do quadro referem-se às despesas totais. E convém destrinçar as ordinárias do conjunto.

Noutro lugar se indica o índice de aumento da despesa ordinária no período de 1938-1962, que, para todos os efeitos práticos, se fixa, neste último ano, em 430, em moeda corrente.

Houve progresso em relação aos preços, mas esse progresso não é o que se poderia imaginar em tão longo espaço de tempo.

Em escudos de 1938 e 1962 da base anterior, as cifras são as seguintes: As capitações, na base da população calculada, expressas em moeda corrente e termos constantes, usando os índices de preços conhecidos para as calcular em valores de 1938 e de 1962, são as que seguem.