Públicas. Esta obra ultrapassou em volume de despesas os limites marcados pelas possibilidades das contas públicas. O parecer não pode deixar de lamentar tão elevado dispêndio num único edifício, quando todas as disponibilidades financeiras são indispensáveis para obras de urgente necessidade económica e social.

Embora muitas das dotações anuais se inscrevam no Ministério dos Negócios Estrangeiros, a sua interferência nesta matéria é pequena. Não se pode dizer que o novo edifício no Rio de Janeiro não venha a ter utilidade futura para qualquer serviço ou até que não possa ser vendido em boas condições.

A transferência da capital do Brasil para Brasília reduziu ou anulou a sua utilidade antes de ser inaugurado. E parece vir a ser necessária a construção de uma nova sede em Brasília dentro de pouco tempo. Já este ano se gastaram 250 contos, provavelmente no arranjo de terrenos ou estudos, e ainda se utilizaram 750 contos no edifício do Rio de Janeiro.

Devem poder ser utilizadas no novo edifício de Brasília pelo menos uma parcela do que se gastou, como a dos móveis, e provavelmente outras relacionadas com as instalações. A despesa ordinária do Ministério desenvolveu-se como segue no decurso dos anos.

(Ver quadro na imagem)

O índice de despesa atingiu a casa dos 500 na base de 1938 igual a 100. Foi muito grande o acréscimo desde 1950 (275 pontos). Corresponde em treze anos a 21,2 pontos por ano.

Em valores absolutos, o aumento desde aquele ano foi de 85 800 contos, que se comparam com 89 100 contos de 1938 a 1950. Em 1962 as despesas do Ministério distribuem-se da forma indicada no mapa seguinte:

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A causa da maior valia acima referida reside na verba de anos económicos findos, que atingiu este ano 6063 contos, mais 3012 contos do que em 1961.

Esta rubrica avolumou-se a partir de 1960, mas não se vê bem a razão. Significa pagamentos de despesas realizadas em geral no ano anterior e desviadas para o exercício seguinte.

Costumam ser baixas as verbas. A importância de 1962 é demasiadamente alta. Deu-se o aumento de 1162 contos nos serviços centrais, que se repartiu por todas as rubricas que os compõem, como se nota a seguir.

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A verba mais volumosa refere-se a encargos de carácter transitório com organismos internacionais, que subiu de