(...) no Ródano, como aconteceu no Tenessee e está acontecendo em novas empresas em África e na Ásia. É o princípio da integração de recursos e da boa aplicação de investimentos.

Toca até em sua grande projecção questões de natureza social e demográfica pela valorização possível de regiões atrasadas e em vias de abandono.

A política aqui preconizada há mais de duas dezenas de anos asseguraria o aproveitamento do rio para fins energéticos e outros, e teria além disso a vantagem de tentar resolver pouco a pouco o problema da fixação demográfica em zonas que estão a ser abandonadas quase em massa nalguns casos.

A política que agora parece tomar foros de intensificação é um remédio para deficiências de produção energética que deveriam estar supridas num programa elaborado em tempo oportuno.

Condena, sabe Deus por quantos anos, o natural desenvolvimento económico de zonas onde não seria difícil com o tempo criar condições de produção industrial pelo aprov eitamento de massas florestais e transformação de produtos agrícolas e exploração de possibilidades turísticas criadas por albufeiras. A existência de um inventário dos recursos hidráulicos do continente, para fins múltiplos, foi pedida há muitos anos nestes pareceres. Não se limitaria apenas a determinar o aproveitamento do rio e sua bacia hidrográfica para a produção de energia. Seria um esquema que traria à superfície outras aplicações dos cursos de água, como as já enunciadas acima. Poderia talvez ser a base de um verdadeiro plano regional, para cada caso, e um plano de conjunto pela ligação que ofereceria entre as diversas bacias hidrográficas.

E, dadas as relações felizmente amistosas com o país vizinho, onde têm origem alguns dos maiores rios nacionais, não seria impossível ligar os planos das bacias hidrográficas em território português, com as suas equivalentes em Espanha, como, aliás, já foi objecto em alguns casos, com a limitação estritamente hidroeléctrica. Nos portos a verba gasta foi muito inferior à de 1961. Elevou-se a 49 638 contos, assim distribuídos:

Contos

Equipamentos e dragagens ......... l 539

A diferença para menos teve lugar no porto do Funchal (35 316 contos em 1961 e 8857 contos em 1962). Mas em compensação houve maiores dispêndios em Angra do Heroísmo (+4065 contos), em Lagos (+5495 contos), na Figueira da Foz (+5387 contos).

Nos equipamentos e dragagens a despesa foi de 1539 pontos. Em 1961 fora de 13 329 contos O parecer do ano passado procurou dar ideia da situação actual do sistema rodoviário português e exprimir então as suas dúvidas sobre o interesse que financeiramente lhe é dedicado pelas entidades a quem compete a administração.

As verbas continuam a ser escassas e as necessidades continuam a ser muito grandes, em especial no que se refere ao complemento do último plano rodoviário.

Há estradas incluídas nos sucessivos planos rodoviários de 1889, 1928 e 1946 que ainda não foram terminadas.

Não há necessidade de voltar este ano a expor factos já muito conhecidos. Apenas se lembra novamente aquilo que por diversas vezes foi recomendado, e entre outras questões prementes sobressai a do reforço de verbas para estradas e não para novas obras dispendiosas, que, podendo ser úteis, não devem ser financiadas pelas dotações normais da estrada, como já este ano se fez para a ponte sobre o Tejo, em Lisboa.

Repetem-se este ano, actualizados, alguns quadros publicados em 1961, como o que se refere as despesas totais da Junta, confrontadas com as receitas ordinárias: