nas de terrenos baldios do Estado ou municipais, mas principalmente os de particulares que detêm largas áreas mal cultivadas ou insuficientemente desenvolvidas e próprias para a cobertura florestal.

A sugestão já aqui feita de arborizar muitas encostas xistosas, hoje cobertas de mato ou sujeitas a regime cerealífero aleatório vai tomando forma. Mas nunca poderá ter o desenvolvimento preciso sem o auxilio do Estado.

O problema pode ser resolvido com a criação de um fundo florestal, semelhante ao dos melhoramentos agrícolas. O proprietário poderia levantar as quantias necessárias para o pagamento da preparação do terreno e plantação. Parece - e o relator, embora lhe não competisse, já fez a experiência- que lavrando o terreno com modernas máquinas, a profundidade de 50 em a 60 cm, em sulcos de l m de distância, se poderiam plantar eucaliptos em zonas próprias a distância de 3 m. Ficariam dois regos de profundidade de 50 em a 60 em não ocupados, nos intervalos das linhas de eucalipto, que facilitariam a infiltração das águas das chuvas, impedindo a erosão.

Formar-se-ia deste modo um reservatório subterrâneo de águas que a árvore utilizaria no Verão, visto o xisto, com o impacto da lavra feita por máquinas potentes, ficar fendilhado e cheio de interstícios.

O uso da máquina poderia ser feito por empreitadas, entre os seus possuidores, que as utilizam hoje na construção de estradas, segundo um caderno de encargos, sob a fiscalização dos serviços florestais. E o pagamento das empreitadas poderia ser realizado, total ou parcialmente, através do fundo e reembolsado escalonadamente depois de dez ou mais anos, quando o eucaliptal começasse a produzir.

O esquema que aqui se oferece em linhas gerais poderia em poucos anos transformar vastas zonas xistosas e outras que hoje nada ou pouco produzem. E simples e requer intervenção mínima e fiscalizadora dos serviços do Estado.

Não. se recomenda a compra de máquinas pelo próprio Estado. Os exemplos do passado provam que o processo não compensa. Apesar de haver hoje máquinas do Estado que poderiam ser utilizadas na abertura de estradas que impedissem a propagação de incêndios, pouco se tem feito com proveito neste sentido, o que não seria difícil, nem muito dispendioso. Poderiam por este meio reduzir-se ao mínimo os prejuízos de todos os anos e a desolação causada por largas queimadas em florestas. As despesas dos serviços florestais aumentaram muito, até alcançarem a cifra máxima de 1962. A sua evolução desde 1940, representada por índices, foi como segue:

Em 1962 discriminam-se como segue:

O índice atinge 808, um dos mais altos na base de 1940 igual a 100, e refere-se e soma das despesas ordinárias e extraordinárias.

Em 1962 discriminam-se como segue:

Contos

Despesa extraordinária:

Povoamento florestal:

Povoamento florestal das ilhas adjacentes ............ 17 541

Fomento florestal ......................... 2 544 118 162

É interessante notar que durante muitos anos as receitas dos serviços se mantiveram relativamente baixas.. Estes pareceres aconselharam a conveniência do seu aumento e defenderam a sua possibilidade. A partir de 1961, por disposições tomadas em matéria de exploração florestal, as receitas elevaram-se para 46 787 contos, e para 55 418 contos em 1962. Assim, considerando apenas as receitas ordinárias, há saldo positivo nestes serviços.

As receitas e despesas ordinárias e extraordinárias constam do quadro seguinte:

(Ver Quadro na Imagem). Apenas se verifica o aumento de 70 contos nestas despesas:

(Ver Quadro na Imagem).

Na verba de material, o que mais pesa são os gastos com a conservação e ordenamento de matas.