em 1960 era inferior em 58 000 ao de 1950. Nos casados havia um acréscimo de 472 000, inferior ao registado no decénio 1941-1950, em que atingira 516 000. Pela primeira vez o censo acusa redução no número de indivíduos divorciados; em contrapartida, houve aumento nos separados judicialmente, superior ao dobro daquela redução.

Deve, no entanto, salientar-se que o próprio conjunto «divorciados+separados judicialmente» aumentou muito mais lentamente do que em decénios transactos.

A seguir se dá nota dos acréscimos nos divorciados+separados judicialmente:

Esta evolução, aliada à baixa crescente do número de filhos ilegítimos, pode constituir - com a reserva de outros possíveis aspectos que as estatísticas não revelam - um índice de maior estabilidade familiar. Trata-se, porém, de assunto demasiadamente delicado para que possa ser visto apenas mediante números globais referentes a situações jurídicas.

Ainda relativamente & evolução do agregado familiar, foi apurada uma redução no número médio de pessoas que o constituem, o qual passou de 4,07 em 1950 para 3,72 nem 1960. Esta redução reflecte a quebra da natalidade, e especialmente a do número médio de filhos por casal.

A este respeito, bastaria dizer que tem subido a percentagem de primogénitos sobre, o total de nados-vivos, a qual era de 19 por cento em 1942 e atinge actualmente 31 por cento. Mas recentemente talvez seja ainda mais significativa a proporção dos nascimentos de primeiros e segundos filhos, em conjunto, relativamente ao total dos nados-vivos: esta proporção, que em 1952 era de 49 por cento, atingia 53 por cento em 1962, significando igualmente o predomínio crescente dos casais com menor número de filhos - factor decisivo na evolução da dimensão das famílias.

A distribuição da população activa Os últimos elementos a destacar respeitam as condições socioeconómicas em que vive a população. Segundo números provisórios, a população activa ocupada no sector agrícola decresceu acentuadamente, quer em número absoluto, quer em percentagem, passando a representar 40,5 por cento da população activa total, contra 45,7 por cento em 1950; inversamente, cresceu a população ocupada nas indústrias transformadoras e na construção: 27,6 por cento em 1960, contra 23,1 por cento em 1950.

Na distribuição por distritos, observa-se que a população activa oscila entre 30,6 por cento e 42,3 por cento da população total residente. A escala do continente, aquela participação era, em média, de 37,7 por cento, praticamente igual a verificada em 1950.

A população com meio de vida próprio, segundo o último censo, representava 39,6 por cento da população total do País, sendo 31,6 por cento de indivíduos trabalhando por conta de outrem e 8 por cento por conta própria. Nos 60,4 por c ento de indivíduos a cargo de outrem, destacam-se as mulheres ocupadas só em lides domésticas (28,1 por cento) e a população infantil, incluindo estudantes (25,5 por cento). Esta forma de agrupamento da população, que, aliás, se julga do maior interesse, foi somente introduzida no último censo. Não se torna fácil comparar desde já a situação actual com a revelada pelo censo de 1950.

No quadro seguinte dá-se a população activa e sua influência na população residente, segundo o censo de 1960:

População activa e sua participação na população residente

(1960)

Outros aspectos têm já sido anotados em pareceres anteriores, especialmente no de 1961. Mas não será inoportuno insistir nas preocupações que continua a causar a forma como se estão processando as migrações internas e a própria emigração, quer legal, quer clandestina.

A faceta mais grave desta fuga que atinge extensas regiões do País, está em que emigram somente indivíduos válidos, especialmente homens. Ao cuidado dos velhos s das mulheres ficam as mesmas estruturas da propriedade e exploração do solo, agora mais difícil de cultivar pela falta de braços - falta que só poderia ser suprida se uma adequada reconversão daquelas estruturas se processasse paralelamente à deslocação das populações, o que infelizmente ainda não está acontecendo nem sequer a vista. O acréscimo anual da população metropolitana, que fora momentaneamente perturbado em 1961 pelo reflexo dos graves acontecimentos ocorridos em Angola, regressou em 1962 ao nível médio do período de 1958-1960.

Foi mais elevado o saldo fisiológico, em consequência de redução da mortalidade e do simultâneo aumento da natalidade: menos 2726 óbitos, mais 2684 nascimentos. Manteve-se ao nível dos anos anteriores o saldo da emigração para o estrangeiro. E, como facto de maior relevo, registou-se nas saídas para o ultramar um excesso de 17 291