Nas cifras dos anos anteriores a 1961 incluem-se os deficits da índia. Aliás, a sua balança económica melhorara muito nos últimos anos, por motivo da intensificação dos jazigos mineiros e maiores investimentos. Tendo em conta esses deficits, que se podem observar em pareceres anteriores, a cifra de 1962 representa melhoria em relação a alguns anos, mas o seu agravamento, relativamente a 1961, embora pequeno, como se nota na última coluna, deve ser visto com a decidida intenção de reduzir o deficit, já que não é possível extingui-lo completamente.

3. Um exame minucioso das cifras das importações e exportações demonstra não só o seu carácter errático em certas províncias, mas um aumento salutar noutras. O fenómeno traduz-se em todas elas e revela fraquezas nalguns casos, como no de Cabo Verde, que o parecer das Contas tem assinalado há muitos anos, mas que persistem teimosamente.

A seguir indicam-se as importações e exportações de todas as províncias nos dois anos de 1952 e 1962 com os respectivos saldos:

Se forem tomadas em conta as cifras de 1961, também se verifica agravamento nos deficits em Cabo Verde, Guiné, Moçambique e Macau. O saldo positivo de Angola foi menor, visto não ter passado de 366 100 contos, contra 606 400 contos em 1961.

Mas no conjunto há sensível melhoria, nas exportações desta província. Atingiram a elevada cifra de 4 264 800 contos. Já não é tão lisonjeira a posição de Moçambique, com um déficit que subiu para 1292 300 contos, superior ao de 1961 e derivado de maiores importações, visto ter havido algum progresso na exportação. Se forem somadas as importações e exportações do ultramar, excluindo o Estado da Índia, obtêm-se os números que seguem:

Assim, a importação total subiu para 10 952 600 contos e a exportação desenvolveu-se de um ano para outro. Mais l milhão de contos na importação e mais 481 600 contos na exportação. O agravamento derivou desta divergência nos dois parâmetros.

De qualquer modo, o período 1952-1962 mostra grandes melhorias nas exportações de alguns territórios, como Angola, e estagnação na maior parte dos outros. Talvez que o ano de 1952 não seja o mais próprio para estabelecer paralelos, dado que naquele ano, se processaram influências com projecção nas cotações. Um outro quadro mostra que o caminho andado desde 1988 foi grande, não obstante a desvalorização da moeda.