AB importações da metrópole e do ultramar representam 78,4 por cento do total. A metrópole fornece produtos industriais e outros e o ultramar géneros alimentícios. Ainda há a assinalar quebra nas exportações, que passaram de 27 800 contos para 22 200 contos, números redondos.

A província melhorou a exportação de alguns produtos, como conservas, mas há declínio sensível noutros. A seguir indicam-se os principais produtos da exportação:

O aumento na exportação de peixe em conserva de azeite, seco e em salmoura e fresco é bom sinal, em especial nas conservas de azeite, com 4528 contos.

A quebra na exportação de café e na purgueira talvez fosse devida a condições climáticas adversas. Outro tanto se não dirá no caso do sal. Às esperanças que deixavam prever grande exportação de bananas ainda se não materializaram e, pelo que toca a pozolanas, que já representaram soma maior, a exportação reduz-se a 1284 contos. Exportações superiores a 1000 contos foram poucas, além das mencionadas.

No que diz respeito à repartição geográfica da exportação, a metrópole e o ultramar tomam 11 524 contos, num total de 22 191 contos, perto de 52 por cento.

Para o estrangeiro vão cerca de 38,5 por cento das exportações cabo-verdianas.

Balança de pagamentos A balança de pagamentos terá de medir-se através das entradas e saídas de cambiais. Para 1962 a balança tem a forma seguinte:

Verifica-se um saldo positivo de 5559 contos, mas deve notar-se que nas entradas é a moeda metropolitana que conta. Os subsídios da metrópole, além de financiarem despesas extraordinárias, concorrem, para o equilíbrio da balança de pagamentos.

Este facto é visível no quadro que segue:

Logo que afrouxou a afluência de cambiais em escudos (1961) houve deficit. O reforço de escudos (1962) para 116 200 contos produziu a melhoria assinalada nas Contas. A moeda estrangeira representa apenas um saldo de 4400 contos. As receitas totais de Cabo Verde em 1962 elevaram-se a 182 816 contos, menos 461 contos do que no ano precedente. O fenómeno do desequilíbrio entre as receitas ordinárias e extraordinárias, que mostra receitas extraordinárias superiores às ordinárias, verificou-se ainda este ano. Às receitas extraordinárias atingiram 67 281 contos, mais 2246 contos do que as ordinárias. E caso único na vida financeira do ultramar e deriva naturalmente de insuficiências económicas.

A seguir inscrevem-se as receitas ordinárias e extraordinárias nos dois últimos anos:

Há-de ver-se adiante a origem das receitas ordinárias, que apresentam melhoria da ordem dos 5 por cento, em relação ao ano anterior. Esta melhoria teve como resultado menores receitas extraordinárias. O aumento das receitas ordinárias, que se arredonda em 3847 contos, não proveio dos capítulos- orçamentais que directamente afectam a população, como os impostos directos e indirectos. Estes dois capítulos somaram 28 586 contos em 1961 e melhoraram a sua receita em 854 contos para 29440 contos. As percentagens do total representativas das somas dos dois capítulos foram, respectivamente, 46,7 em 1961 e 45,3 em 1962: A diferença deve-se a maiores receitas ordinárias.