Embora seja um pouco vaga a terminologia que caracteriza as obras realizadas, deduz-se das cifras que as comunicações absorveram grande parcela das verbas disponíveis.

As duas verbas mais salientes são as do Porto Grande de S. Vicente e Porto Novo, com 16 330 contos em 1962 e 64 831 contos desde 1959.

Até 1958 haviam sido gastos neste porto 37 195 contos. Até agora o custo total dos obras eleva-se, pois,, a 102 026 contos. As despesas do II Plano de Fomento, sumariadas, tiveram a aplicação seguinte:

Estas cifras denotam a preocupação da construção de estradas e portos. O plano rodoviário e os portos consumiram perto de 70 por cento das verbas. Não há objecções à utilização de verbas no plano rodoviário. Mas julga-se que algumas das estradas mais dispendiosas poderiam esperar e concentrar verbas na parte industrial, que pode produzir rendimentos adequados e produtos de exportação. A pesca continua a ser uma esperança. O Plano de Fomento apenas utilizou 71 contos, provavelmente, no estudo das suas possibilidades, o que não está certo. A construção de fábricas e a aparelhagem piscatória, o adestramento de pessoal e os pormenores relacionados com esta indústria devem merecer atenção cuidadosa. Há necessidade de um plano racional de exploração da indústria que tenha como objectivo multiplicar por dez ou mais as actuais exportações.

Outra verba, que merece reparo pela sua pequena eficácia é a do plano agro-pecuário. Gastaram-se já mais de 100 000 contos neste plano. Mas o exame do comércio externo continua a revelar condições precárias, idênticas, se não piores, às que prevaleciam anteriormente. Quais os resultados do consumo de tão elevadas somas?

Outras despesas extraordinárias Noutras despesas incluem-se variadas obras ou fins. As verbas de maior importância referem-se à construção de um edifício para o Liceu Gil Eanes, no Mindelo (1394 contos), grandes reparações de edifícios (877 contos), despesas com o recenseamento municipal (627 contos). Há, além disso, outras despesas, todas inferiores a 500 contos. Algumas delas, se não todas, poderiam e deveriam ser liquidadas por força de receitas ordinárias. Neste caso, os saldos de anos económicos findos e um pequeno excesso de receitas ordinárias cobriram estes consumos. O seu total subiu a 6023 contos. A diferença entre as receitas e despesas dá o saldo de contas. Pode obter-se na forma que segue:

Contos

ordinárias ...................... 61 130 + 3 905

Saldo ........................... + 3 727

Houve excesso entre as receitas e as despesas ordinárias de 3905 contos. Como os receitas extraordinárias se cifraram em 67 281 contos, inferiores em 178 contos às despesas extraordinárias, utilizou-se esta quantia para cobrir a diferença. Assim, o saldo reduziu-se para 3727 contos.

Já se notou acima que o produto de empréstimos atingiu 61436 contos e foram integralmente usados no financiamento do II Plano de Fomento. E também se indicaram acima as obras e aplicações insertas neste Placo. A legitimidade do saldo depende de estarem abrangidas ou não essas obras ou aplicações nos termos constitucionais, o que é matéria de critério considerado actual.

Saldos de anos económicos findos A soma dos saldos acumulados desde 1914-1915 elevou-se a 185 150 contos, tendo sido gastos 181 077 contos. As verbas distribuíram-se por grande número de aplicações, e não tem grande interesse considerar em minúcia a sua utilização.

O que na verdade talvez valha a pena indagar com mais rigor será a maneira como se processou a aplicação dos saldos, ano a ano, até encontrar o saldo disponível em fins de 1962.

Este saldo elevou-se a 4073 contos, que só obtêm da forma que segue.