nos minérios de ferro. O número-índice referido a 1939 atingiu 505, o que, considerando a recente aparição dos minérios de ferro, parece ser satisfatório, mas susceptível de grandes desenvolvimentos.

No caso dos valores, também pela primeira vez quase dobraram em relação a 1950, mas neste caso houve um considerável desenvolvimento no índice, que, relacionado com 1938, atingiu a cifra de 1257. Idêntico índice para as importações fixou-se em 1684. O progresso dos valores destas foi mais rápido do que nas primeiras.

No caso de ser tomado o ano de 1050 como ponto de referência, os índices são respectivamente 234 e 125. Assim, o valor das importações aumentou em ritmo muito maior do que o das exportações. Este é um sinal que convém não perder de vista, porque do desequilíbrio nos ritmos de entradas e saídas podem resultar situações graves para a província.

Talvez que os números-índices postos em confronto dêem melhor ideia:

Também no quadro acima transcrito se nota que o valor unitário melhorou, embora ligeiramente, em 1962. Passou de 2915$ para 3077$, mais 162$. Sendo pouco, foi uma ajuda, mas está longe do valor unitário da primeira metade da última década. E a melhoria de 162$ está longe do agravamento no valor unitário da importação, que foi de 3930$ (6017$ em 1961 e 10 847$ em 1962).

Tudo deriva da introdução de valores unitários baixos na exportação. Esta tem aumentado muito em tonelagem sem correspondente projecção nos valores unitários, como se reconhece a seguir:

Este quadro dá a tonelagem exportada sem os minérios de ferro: 939 746 t, em vez de l 385 733 t num dos quadros anteriores que inclui esses minérios.

Neste caso o valor unitário é muito mais alto. À exportação de minérios corresponde a 445 987 t, com um valor de 131 327 contos. O seu valor unitário foi de apenas 294$50. O valor unitário das outras exportações passou a ser 4420$. No quadro a seguir indicam-se os pesos das principais exportações, excluindo os diamantes, que são expressos em quilates:

O que aparece em primeiro lugar, ultrapassando por muito os outros produtos, é o café, com um aumento de produção que se acentua de ano para ano. A produção em 1962 parece ter ultrapassado as 185 000 t. Venderam-se 157 000 t, o que é notável. Portugal já é hoje um dos principais produtores de café do Mundo, depois do Brasil e da Colômbia, e talvez o primeiro de África, e parece que a qualidade, sobretudo nos Robustas, é superior à de outras origens.

É um bem e pode ser um mal. Um bem, porque o café é a base da exportação. Um mal, porque Angola, com a incidência no café, está sujeita a crises de consumo e a crises de preço num único produto. Diversificar as produções é, por isso, uma grande necessidade. Não se apoiar apenas sobre o café, como foi o caso do cacau em S. Tomé e Príncipe.

Mas na lista acima há lugar para melancólicas considerações: a decadência da produção de farinha de peixe, o pequeno desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar, a baixa produção na cultura algodoeira; e falta, na numeração da tonelagem e valores, do tabaco, que parece ter boas possibilidades para grande incremento. Bastante mais de metade das exportações de Angola têm origem na exploração agrícola e florestal.

Os produtos do reino vegetal somaram 2 278 275 contos na exportação, cerca de 53,3 por cento, que se comparam com 47,3 por cento em 1961. O café ocupa posição dominante, com l 864 092 contos.

No mapa adiante, por classes pautais, indicam-se as exportações de 1962.