O saldo é de 965 210 contos. Se houver cuidados e se for feito um esforço no sentido de aumentar a exportação, pode confiar-se no futuro. Mas é preciso estar alerta a possíveis agravamentos nas receitas dos transportes. As receitas ainda subiram para cifra que se avizinha dos 5 milhões de contos.

Comparando os anos de 1961 e 1962, notam-se mais 610 005 contos.

O motivo desta boa diferença reside na melhoria considerável das receitas ordinárias (mais 524 428 contos), como se nota dos números que seguem:

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À primeira vista as cifras parecem ser muito altas, em especial quando se comparam com as da metrópole e de Angola. Mas deve atentar-se nas grandes receitas dos serviços de caminhos de ferro e portos, que são integralmente inscritas no orçamento provincial, o que não acontece nem em Angola nem na metrópole.

Extraindo do conjunto as receitas dos serviços autónomos, aquela cifra reduz-se para 2 239 738 contos, como se deduz do mapa seguinte:

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É de interesse notar que em 1961 a receita dos serviços autónomos foi idêntica às receitas gerais da província, e sensivelmente superior em 1960. Mas em 1962 as receitas gerais da província (2 239 738' contos) sobrelevam aquelas em 360 828 contos. Esta evolução da receita ordinária dá o grau de desenvolvimento da província (à parte os serviços autónomos) e a gradual emancipação da sua quase total influência no passado. Pode ver-se a seguir onde se deu o aumento e quanto pertence as receitas próprias:

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Umas e outras aumentaram, mas as primeiras muito mais do que as segundas.

Estas comparações têm o interesse de mostrar que a actividade fora dos caminhos de ferro e portos se tem intensificado. A província vive ainda em dependência daqueles agentes económicos, que, aliás, têm cumprido com louvor a sua missão, mas vai gradualmente cuidando de outras formas de actividade, embora com vagar.

Está caminhando no bom sentido. Deveria, porém, ir um pouco mais depressa. O problema das receitas em Moçambique, como em outros territórios nacionais, é delicado. A evolução social exige contínuos aumentos de despesa. Para os satisfazer são necessários meios financeiros. O acréscimo nas receitas é inevitável e terá de ser obtido sem ferir a evolução dos rendimentos.

Nas receitas ordinárias os 2 239 788 contos referidos acima, sem os serviços autónomos, representam um aumento de 444 539 contos em relação ao ano anterior. Esse aumento sobe para 604 317 contos se forem também considerados os serviços autónomos.

Hão-de estudar-se adiante as causas deste acréscimo, que está em contraste com a recente evolução das receitas ordinárias, embora nos últimos tempos se tivesse notado em todos os exercícios financeiros as melhorias sensíveis que se indicarão mais adiante.

Receitas orçamentadas e cobradas O ajustamento dos orçamentos durante todo o ano produz resultados neste aspecto diferentes dos da metrópole, em especial nos últimos anos. A diferença entre as receitas orçamentadas e cobradas, que chegou a atingir somas próximas de l milhão de contos (943 000 contos) em 1958, reduziu-se para 16 000 contos em 1962, como se verifica no quadro seguinte:

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A influência das receitas do caminho de ferro da Beira já foi explicada em parecer anterior.