Os serviços autónomos de Angola têm receitas muito menores do quo os de Moçambique - menos 1 384 548 contos. Ainda quo só adicionassem aos serviços autónomos de Angola as receitas dos caminhos de ferro de Benguela e Amboim, as de Moçambique ainda as ultrapassariam largamente.

No que respeita às receitas e despesas extraordinárias, as verbas são bastantes próximas - na casa dos 900 000 contos quanto a receitas e na dos 800 000 contos quanto a despesas. O ano de 1962 foi o de maiores despesas públicas de Moçambique, com 4 765 325 contos. Em todo o período que vem desde 1950 só houve um ano em que as despesas totais foram menores do que as do exercício anterior: o de 1961. No que diz respeito aos gastos ordinários. 1960 é o exercício financeiro de despesa máxima, com 3 875 673 contos, contos ligeiramente superior a 1962. O exercício de 1961 teve despesas inferiores às do ano anterior. É a única excepção de despesas sempre maiores.

O exame do quadro seguinte mostra a evolução:

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É notável o desenvolvimento da despesa ordinária de Moçambique. Na base de 1938 igual a 100, o índice de 1962 atinge 1442. A seguir indicam-se os índices:

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Deve ter-se em conta que 1962 é influenciado pelas receitas do caminho de ferro da Beira, que se não contabilizavam anteriormente. Daí a grande subida no índice. Há interesse em publicar a evolução das despesas ordinárias, subdividindo-as por capítulos orçamentais ou serviços.

Deseja-se exprimir a percentagem de consumo dos diversos departamentos provinciais e determinar, tão aproximadamente quanto possível, o ritmo de desenvolvimento de cada serviço.

Há anomalias sérias nalguns deles, em que a despesa de 1938 se desenvolveu muito, como no caso dos de fomento. Mas é no orçamento destes serviços que se inscrevem as despesas de alguns serviços autónomos, que são volumosas, como já se observou acima. Este desenvolvimento perturba as percentagens na medida em que aqueles serviços se vão desenvolvendo.

O ideal seria obter as cifras dos serviços autónomos desde 1938 e subtraí-las das de fomento. Os resultados seriam mais elucidativos.

No quadro a seguir exprimem-se as percentagens:

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