Houve este ano reforço de algumas verbas, como as de instrução e da saúde. Mas, de um modo geral, mantém-se o sentido da orientação anterior. Até agora as cifras não especificaram as obras, mas os conjuntos de obras. Para ter melhor ideia do que se passa, isolaram-se algumas no quadro seguinte:

Contos

Conhecimento cientifico do território .... 11 672

Construção de dois cais no porto da Beira 22 000

Luta contra o tsé-tsé e paludismo ........ 7 367

Na rubrica geral "Outros estudos e projectos" incluem-se variadas despesas que pelos seus gastos não mereciam indicação isolada. Entre elas conta-se a participação do Estado em obras de interesse local (17 745 contos), um financiamento à Câmara Municipal de Quelimane (9000 contos) e outras.

Algumas caberiam nas despesas ordinárias que contam verbas destinadas a obras e empresas também financiadas através do orçamento das despesas extraordinárias. A verba de maior relevo em 1962 é a que diz respeito a comunicações, como, aliás, acontecera em unos anteriores. Eleva-se a 460 751 contos e utilizou-se da seguinte maneira:

Plano de Fomento:

Contos

Caminho de ferro de Moçambique ............. 32 550

Construção e transporte de duas lanchas ..... -

Sendo a despesa extraordinária total de 899 409 contos, às comunicações competem 51,2 por cento, o que é cifra muito alta. O plano rodoviário absorveu 167 007 contos. Não foi apenas esta a quantia gasta, como já se verificou nas despesas ordinárias, no respectivo capítulo. Nada se opõe a que esta dotação ainda seja reforçada, porquanto Moçambique tinha e ainda tem graves deficiências rodoviárias.

Destinaram-se para caminhos de forro 32 550 contos, integralmente utilizados no de Moçambique. É conhecida a opinião do parecer sobre caminhos de ferro na actual conjuntura. O gasto em 1961 foi de 55 503 contos, muito mais elevado do que em 1962.

Nos portos a verba ainda é alta, 128 516 contos, não contando com a aquisição de embarcações e material naval.

O porto de Lourenço Marques, que tem desenvolvido o tráfego nos últimos tempos, foi o maior consumidor de verbas, com 61 011 contos.

Nos aeroportos a despesa subiu para ]05 969 contos, que em parte se devem a necessidades criadas pela situação actual.

Em resumo, as verbas de comunicações podem ser indicadas como segue:

Contos Há duas rubricas de interesse: a que diz respeito à instrução e saúde, com 93 186 contos, e a relativa a povoamento, com 122 636 contos.

Despenderam-se na construção de estabelecimentos escolares 43 641 contos, que foram aplicados em diversas escolas na Beira e Lourenço Marques e em outras localidades; e na construção e equipamento de hospitais utilizaram-se 49 545 contos. Qualquer das verbas é alta, embora necessária. Haverá que gastar ainda maiores quantias nestes fins.

No povoamento a despesa elevou-se a 122 636 contos e refere-se a continuação da colonização do Limpopo (89 522 contos), à colonização no Revuè (14 919 contos), 110 povoamento baseado na cultura do chá (8558 contos) e da cultura do tabaco (9637 contos).

Nunca deve esquecer-se nas despesas de povoamento, que está a tomar grandes proporções tanto em Moçambique, como em Angola, que a condição fundamental de vida na província é a produção para consumo interno e exportação. O rendimento dos colon os tem por este facto grande importância.

Na agricultura, silvicultura e pecuária o dispêndio foi de 53 459 contos. Incluem-se nele obras de rega no Limpopo (5971 contos) e no Revuè (9923 contos).

Plano de Fomento No mapa publicado acima, dando as despesas extraordinárias de 1962, verifica-se que o II Plano de Fomento utilizou 731 554 contos das despesas extraordinárias e também se indicaram as obras e empresas onde se consumiram as verbas que representaram mais de 80 por cento do total. Convém analisar o movimento do II Plano da Fomento até fins de 1962.

No mapa adiante indicam-se as dotações definitivamente fixadas, as despesas realizadas e os saldos.