A percentagem de 61 para as matérias-primas diminuiu, o que não quer dizer que fosse menor o valor absoluto.

Com o aumento de população houve acréscimo de consumos, traduzido em maiores importações de substâncias alimentícias, mais cerca de 4 milhões de patacas.

Como em outros anos, o arroz (11 418 696 patacas) representa a maior verba na importação, seguida por madeira, cigarros, carne de porco, aves domésticas e ovos. A exportação aumentou cerca de 10 milhões de patacas, que não foram suficientes para anular os 28 milhões na importação. O agravamento do déficit é resultado deste desequilíbrio.

Dão-se a seguir, por classes pautais, as exportações de Macau:

Tem interesse verificar que Macau importa 72 700 000 patacas de substâncias alimentícias e exporta cerca de 26 600 000 patacas. Parece haver, pois, internamente, uma transformação.

Figuram nas exportações com elevada verba os tecidos mistos estampados (16 074 000 patacas), os tecidos de algodão em obra (4 489 229 patacas) e os tecidos mistos tingidos (6 123 966 patacas). Todas estas mercadorias e outras melhoraram a exportação. Os valores das manufacturas diversas subiram de 24 069 000 patacas em 1960 para 48 809 000 patacas em 1962. a principal mercado de Macau, segundo parece, é Hong-Kong, que recebe cerca de 35 200 000 patacas da sua exportação. Mas, ultimamente, Macau activou as suas transacções com o ultramar. Em 1958 exportou para as outras províncias cerca de 14 877 000 patacas, principalmente para Moçambique. Elevou-se essa exportação em 1962 para cerca de 34 362 000 patacas, mais do dobro. E ainda Moçambique o primeiro cliente (17 578 000 patacas). Mas Angola já comprou 16 014 000 em 1962, três vezes mais do que em 1958 (5 418 000 patacas).

Hong-Kong importa de Macau quase cifra idêntica a do ultramar português.

Quanto às importações, Hong-Kong e a China ocupam os primeiros lugares. E pena que Macau não procure comprar mais às duas províncias de África e à metrópole. Seria alívio para a zona do escudo.

No quadro a seguir indicam-se os países e territórios que mantêm maiores relações comerciais com Macau:

(Ver quadro na imagem)

Vê-se a pequena intervenção da metrópole e do ultramar na importação (1,8 por cento) e as grandes compras feitas pelo ultramar (89,6 por cento)...

Neste aspecto do comércio externo a situação da metrópole e de um modo geral de outros territórios nacionais não é de molde a convertê-los em grandes fornecedores de Macau, dada a natureza dos produtos importados. Não 'deve, porém, esquecer-se que a cidade confina com um dos maiores mercados potenciais do Globo.

Poderia ser feito um cuidadoso estudo das possibilidades da gradual penetração desse mercado através da província de Macau.

As circunstâncias actuais tendem a modificar-se e já se desenha no horizonte a reentrada da China na vida activa do comércio mundial.

Macau está em condições de exercer influência no sentido de melhorar as trocas entre a zona do escudo e aquele vasto mercado.