tabilizava em Novembro do ano findo mais de 1 300 000 viajantes, num total de 37 582 aviões, ou seja, em média, 112 aparelhos por dia.

O tráfego aéreo encontra-se, de resto, repartido pelos vários aeroportos de Espanha. Em 1961, no que respeita ao tráfego de passageiros, Madrid teve 29,3 por cento do total, Palma 21,9 por cento, Barcelona 21,6 por cento, Lãs Palmas (Tenerife) 10,7 por cento, Valência 3,7 por cento, Málaga 3,2 por cento. Sevilha 2.8 por céu to e os restantes aeroportos 6,8 por cento.

O Plano Nacional de Aeroportos (1958-1961) custou 1490 milhões de pesetas e o novo plano, que completará o primeiro no desenvolvimento da rede interior, importará em cerca de 2174 milhões de pesetas.

Mas, ao lado deste fomento das infra-estruturas, a Espanha tem estimulado (libertando-se de um ancilosamento burocrático ou de um proteccionismo indevido) e utilizado os mais variados meios que possam fomentar o transporte de turistas. Refiram-se as facilidades aos tours das organizações de viagens ou aos voos não regulares dos aviões (por exemplo ilhas Baleares); o caso de uma linha de autocarros que liga Barcelona à Bélgica e à Holanda ou a utilização dos Caravele da Ibéria no voo Málaga-Londres-Málaga; a ligação La Corunha-Madrid, da Aviaco, ou as possibilidades de navegação aérea do arquipélago canário.

Mas será altura para nos debruçarmos mais concretamente sobre o caso português.

A primeira questão consiste em saber das possibilidades de atracção turística do nosso país.

Creio ser mais objectivo lançar mão de um depoimento de estudiosos estrangeiros - o Rapport d'Expertise, publicado pelo Gabinete de Estudos e Planeamento Turístico, do S. N. I., de que são autores os suíços Kurt Krapt e Oscar Michel.

Portugal dispõe de uma série de factores de atracção, fundados no clima, na topografia variada do País, no património histórico e cultural, no folclore, e na mesa. A atitude simpática e prestável da população ajud a a manter uma atmosfera favorável. O desenvolvimento prodigioso do turismo internacional nos últimos tempos exige novas zonas de expansão, o que permite considerar o nosso território comum mercado potencial, uma grande reserva para o turismo. De resto, o desejo de descobrir novos horizontes, a evasão que leva a deixar as encruzilhadas turísticas mais batidas, favorecerão ainda as nossas perspectivas.

O Europeu - nomeadamente o homem do Norte - tem a nostalgia do sol, do calor, do céu azul, das praias de. areias, cintilantes e águas límpidas. Daí o prodigioso incremento do turismo italiano, espanhol, jugoslavo e grego, atrás referido. Daí ainda, e perante a saturação dos outros territórios, a necessidade de Portugal jogar a sua oportunidade, de reafirmar a justiça da sua cantada vocação de «jardim da «Europa à beira-mar plantado».

A compreensão das realidades actuais do turismo em Portugal e, sobretudo, a ordenação do futuro desenvolvimento recomendam uma atenção detalhada pelos números.

Acontece, infelizmente, que os elementos estatísticos disponíveis são escassos, o que torna menos completo tal propósito.

Com base nos elementos do Plano de acção para 1963, da Direcção dos Serviços de Turismo do S. N. I., pode elaborar-se um rusumo sobre os turistas que visitaram Portugal continental no decénio de 1953-1962.

Em 1963, segundo recentes declarações do Subsecretário da Presidência do Conselho, o número elevou-se a 520 000, ou seja um acréscimo de 24,3 por cento relativamente a 1962.

Mas qual a proveniência destes turistas?

Baseio-me ainda nos elementos do já citado Plano de acção turística de 1963 ao referir os principais países que alimentam as nossas correntes turísticas:

A presença dos estrangeiros ganha maior sentido se aferirmos da sua permanência no país visitado.

Um elemento que poderá ter certo interesse para esta avaliação diz respeito às noites dormidas em hotéis e pensões.

Nos anos de 1960, 1961 e 1962 (cf. os respectivos Anuários Estatísticos) tais dormidas de hóspedes com residência habitual no estrangeiro foram, respectivamente, de 1 246 028, 1 333 799 e 1 357 515.

Poderíamos agora comparar o número de dormidas com o número do turistas. Para isso bastaria aproximar o seguinte quadro daquele que incluímos atrás sobre os principais países que alimentam as nossas correntes turísticas (cf. os Anuários Estatísticos de 1960, 1961 e 1962):

O número médio de dormidas dos turistas no continente tem acusado uma tendência pelo menos estacionária, se