avião poder ficar adstrito aos respectivos especialistas. Uma outra etapa para a integrarão das linhas aéreas europeias reside na criação de um controle da navegação aérea: Eurocontrol.

Como se passam as coisas um Portugal?

O movimento dos aeroportos de Lisboa e das Pedras Rubras, no período de 1960-1962, foi o seguinte (cf. Anuários Estatísticos respectivos):

Estes números revelam a modéstia da nossa posição relativamente aos outros aeroportos europeus, se tivermos em conta as estatísticas já referidas dos serviços do aeroporto de Paris. Acresce que o número de aviões que utilizam Lisboa tem diminuído, o que em parte pode ser compensado pelas novos tipos de aeronaves utilizadas.

Desejaria referir aqui as observações formuladas numa comunicação apresentada, em representação das companhias aéreas, ao I Colóquio Nacional de Turismo. Eis o seu teor:

Não é certamente alheio ao conhecimento de todos os esforços e avultados capitais investidos nos países de origem pelos transportes aéreos que servem Portugal, a fim de canalizarem para o nosso país o maior número de visitantes. É óbvio que o interesse é mútuo, mas também é certo que nada obriga o transportador a investir esties capitais em determinadas rotas, como sejam aquelas que já hoje podem ser consideradas apenas de transito a caminho de centros muitíssimo mais divulgados, de maior interesse, e automaticamente mais procurados pelo turista.

Pela nossa, posição geográfica, Lisboa está tomando esse risco, até porque já hoje, por esta ou aquela razão, vários transportadores sobrevoam a nossa capital, em vez de, como habitualmente faziam, interromperem os seus voos para reabastecimento e, consequentemente embarcar ou desembarcar passageiros, correio e carga.

Este facto só é possível devido à alta velocidade e autonomia dos aparelhos a jacto, que hoje operam já em elevada percentagem em relação aos aviões convencionais.

E mais adiante acrescentava-se:

Estará Portugal a beneficiar proporcionalmente em função do aumento do passageiros de avião registados anualmente! É difícil dizer [...]; quer-nos parecer que muito mais se poderia obter se uma campanha de intensa propaganda divulgando a amenidade do nosso Inverno se desenvolvesse em países do Norte, do Inverno rigorosíssimo. Para isso, as quantidades do material produzido teriam de aumentar substancialmente para serem facultadas ao público desses países, divulgando sabiamente o nosso inverno excepcional [...].

Nós, transportadores aéreos, lançámos este Inverno (1960-1961) no mercado a tarifa reduzidíssima de excursão de dezassete dias e com enorme sucesso. Esta tarifa, válida apenas de Outubro a Marco, visa exactamente ao descongestionamento do tráfego de Verão, permitindo, simultaneamente, a criação de um novo mercado, aliás já existente em potência apenas, devido aos baixos recursos financeiros dos seus componentes. Assim, reduzidos os preços, já o trabalhador do continente norte-americano viaja de avião, em férias, para a Europa e vice-versa.

No que respeita às ilhas adjacentes, o movimento dos aeroportos foi o seguinte (cf. Anuários Estatísticos respectivos):

Como é do conhecimento geral, a posição dos A coros nas rotas da aviação comercial também saiu enfraquecida com a utilização dos grandes reactores. Em 1960, o número de. passageiros «em trânsito» registados em Santa Maria fora de 90 377 e no ano seguinte de 108 691. Quanto à ilha da Madeira, a demora na construção do seu aeroporto e a tormentosa ligação marítima entre Porto Santo e o Funchal mais contribuíram para uma situação modesta, enquanto perto, no arquipélago das Canárias, os Espanhóis se multiplicaram em proveitosos esforços de valorização turística.

As medidas de política aérea dependem assim dos entes públicos e das companhias de aviação.