João Ubach Chaves.

Joaquim de Jesus Santos.

Joaquim José Nunes de Oliveira.

José Alberto de Carvalho.

José Augusto Brilhante de Paiva.

José Fernando Nunes Barata.

José Luís Vaz Nunes.

José Manuel Pires.

José Maria Rebelo Valente de Carvalho.

José de Mira Nunes Mexia.

José Monteiro da Rocha Peixoto.

José Soares da Fonseca.

Luís de Arriaga de Sá Linhares.

Luís Folhadela de Oliveira.

Manuel Amorim de Sousa Meneses.

Manuel Augusto Engrácia Carrilho.

Manuel Colares Pereira.

Manuel Herculano Chorão de Carvalho.

Manuel João Correia.

Manuel João Cutileiro Ferreira.

Manuel Nunes Fernandes.

Manuel de Sousa Rosal Júnior.

Mário Amaro Salgueiro dos Santos Galo.

Mário de Figueiredo.

Olívio da Costa Carvalho.

Paulo Cancella de Abreu.

Quirino dos Santos Mealha.

Rogério Vargas Moniz.

Rui de Moura Ramos.

Sebastião Garcia Ramires.

O Sr. Presidente: - Estão presentes 75 Srs. Deputados.

Está aberta a sessão.

Eram 16 horas e 20 minutos.

O Sr. Presidente: - Vai entrar-se na

O Sr. Presidente: - Continua o debate sobre o aviso prévio acerca do turismo. Tem a palavra o Sr. Deputado Rocha Cardoso.

O Sr. Rocha Cardoso: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: não é de estranhar que ao intervir no debate deste aviso prévio sobre o turismo em Portugal comece por louvar e falar do seu avisante, o nosso ilustre colega Nunes Barata.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Parlamentar distinto, sem favor mesmo dos mais valorosos, dotado de tantas inigualáveis qualidades de inteligência, como de trabalho, põe sempre em todos os assuntos que trata, quer nos desta Assembleia, quer nos das suas outras actividades oficiais, uma soma de conhecimentos técnicos que o levam sempre a esgotar verdadeiramente todos os assuntos, não deixando nunca por dizer uma palavra, um conceito ou uma ideia.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Assim mais uma vez aconteceu ao desenvolver este seu aviso prévio. E digna de admiração é também a circunstância de o haver feito através de uma crítica séria, cheia de dignidade para tudo e para todos os que servem por obrigação de funções o turismo e, se não usa de expressões louvaminheiras, não acusa, sem verdade, homens ou serviços. Pede apenas para que este valioso interesse económico nacional que é o turismo seja tratado por uma forma mais activa, mais rápida, mais igual ao dos outros países turísticos, numa palavra, pede, com a maior autoridade e dignidade, que se faça mais, que se faça melhor. Como homem de saber feito e perfeito, usou mais uma vez da sua, natural dignidade. Receba, pois, Dr. Nunes Barata, as homenagens deste seu modesto -e tão simples colega nesta Assembleia. E não quero terminar estas referências sem lhe agradecer os elogios que no seu trabalho faz ao Algarve, região que teve a desdita de me trazer até esta Casa e do bem que certamente não deixará de resultar deste seu trabalho, tão valiosamente informativo para as entidades oficiais que tratam do turismo. Elas encontram na sua larga e bem fundamentada exposição todos os elementos necessários e precisos para o desenvolvimento do turismo português trazer para o erário nacional os vastos proventos que advêm desta verdadeira indústria.

Indústria nova no Mundo, de natureza e de factores económicos muito especiais, a sua actividade fabril não resulta dela própria, mas é dela apenas uma consequência.

A sua matéria-prima maior, o seu próprio produto de manutenção, não advém de uma verdadeira matéria-prima, de um produto extractivo, mas da beleza regional dos encantos espirituais dos meios em que se exerce. Matéria-prima que o Deus criador todos os dias renova, para que o homem se sinta melhor na dura luta a que quotidianamente é obrigado no trabalho para viver.

Comecei a ouvir falar de turismo, do turismo algarvio, por volta dos meus 10 anos, quando em Setembro de 1915 se realizou, na hoje afamada Praia, da Bocha

- e então um simples mas lindo lugarejo marítimo, onde algumas famílias algarvias iam passar a época mais quente do ano-, o 1 Congresso Regional do Algarve.

Foram seus criadores, dando-lhe o maior entusiasmo e trabalho, através das teses apresentadas, os homens que então brilhavam entre os melhores valores algarvios; e, sem desdouro pela memória de alguns, que os meus poucos anos de então e o muito tempo já passado me não deixam recordar, lembro os nomes de Tomás Cabreira, Jaime Pádua Franco e António Júdice Magalhães Burros, todos algarvios, e que deram nas suas vidas tudo quanto puderam para valorizar a sua província natal, o Algarve.

Não muitos anos antes da realização desse I Congresso Regional do Algarve, ou talvez mesmo nessa altura, não o posso afirmar com absoluta verdade, criou-se a Sociedade Propaganda de Portugal, na qual se inscreveram como sócios todos os melhores algarvios de então, e a cujas primeiras direcções pertenceu Jaime Pádua Franco, que depois partiu para Paris como seu representante oficial e ali dedicou os maiores e melhores anos da sua vida a falar, a elogiar, a valorizar e a dar a conhecer melhor Portugal e todas as suas belezas regionais.

Nessa época, infelizmente, travaram-se na terra portuguesa duras e ferozes lutas políticas, que contradiziam a cada passo, por contínuos e quase permanentes movimentos revolucionários, a boa propaganda que no estrangeiro se pudesse fazer da nossa terra, das nossas belezas, das boas qualidades da gente portuguesa. Vir a Portugal não dava segurança ao viajante, não se lhe criava o clima de paz propício ao bem-estar e à tranquilidade própria para gozar e aproveitar um descanso; e, triste é dizê-lo, não nos podiam honrar as visitas de