se empregasse ali aquele sugestivo meio de propaganda e de divulgação, levado a efeito nas épocas e pelos modos mais apropriados a cada região.

E a propósito referi a esquecida região do Centro como sendo, presentemente, aquela que possui melhores condições para tal fim. Com efeito, tirando Lisboa e o Estoril, ela é, entre todas, a que está mais bem apetrechada, sob múltiplos aspectos.

Basta dizer que desde Coimbra até Aveiro existem oito hotéis excelentes e muitos outros razoáveis, bem como inúmeras pensões, lindas pousadas, as afamadas estações termais da Cúria e do Luso, apreciáveis centros de campismo e uma boa rede de estradas. Como atractivos, enriquecem-na também as maravilhosas e típicas praias da Figueira da Foz, de Mira e da Costa Nova do Prado, a vastíssima e formosa ria de Aveiro, a pitoresca Pateira de Fermentelos, que tem a legítima aspiração de uma pousada. Existe também a exuberante Bairrada, com os seus vinhedos a perder de vista e os seus vinhos de boa casta, e, por isso, está naturalmente indicada para comparticipar em festivais que o Secretariado Nacional da Informação promova, especialmente no género dos da Vindima e do Vinho Novo, já anunciados apenas para o Douro e Estremadura.

Quase todos os oradores que me precederam no uso da palavra se ocuparam desenvolvidamente do turismo nas suas regiões ou nos círculos que representam e indicaram, especìficamente, as respectivas condições turísticas e as soluções ou realizações recomendáveis, sob este aspecto, para o seu desenvolvimento. Especialmente em relação ao distrito de Aveiro, foi cheio de verdade e justiça o modo como o nosso colega Dr. Alves Moreira revelou os seus múltiplos encantamentos.

Se fosse necessário e eu soubesse fazê-lo, este seria também o propósito especial da minha curta e modesta intervenção, certo como estou de que, fazendo-o, não pugnava apenas em benefício do meu formoso recanto natal, mas sim em benefício de toda uma rica e vasta parcela do território nacional e, portanto, em benefício do País.

Numa palavra: ocupando-nos todos e cada um de nós do turismo regional, pugnamos implìcitamente em benefício do turismo nacional.

Sr. Presidente: o turismo começa a ser uma realidade reconfortante entre nós, devido não só ao seu desenvolvimento geral atingido nos diferentes países, mas também ao impulso que lhe têm dado a paz e o sossego em que temos vivido e a intensa propaganda e outras acertadas providências tomadas para aquele fim.

Vão longe os tempos em que era uma utopia admitir a consoladora realidade de meio milhão de turistas em Portugal; e, entretanto, esta realidade já deve estar ultrapassada.

Os tempos mudaram.

Jamais será possível verificarem-se episódios semelhantes àquele que já aqui narrei e mostrou bem o descrédito a que chegou, noutros tempos, a reputação do nosso país, que reduzira pràticamente a zero a possibilidade de criar e desenvolver o turismo.

Vale a pena repeti-lo.

É prática frequente, quando os paquetes estrangeiros demandam a barra, afixar a bordo um programa de visitas e diversões aconselháveis aos passageiros, para ocuparem o seu tempo durante a estadia no porto.

Foi isto que sucedeu, em determinado dia, num navio em que viajou o conhecido jornalista português Sr. Luís Teixeira, que teve a natural curiosidade de ler o habitual programa afixado a bordo. E calcule-se a indignação que dele se apoderou quando viu indicada entre os divertimentos aconselháveis «uma revolução em Lisboa».

Esta amostra é, só por si, elucidativa sobre o nosso panorama num passado felizmente já distante.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

temos às portas a nossa vizinha Espanha, onde catadupas de visitantes, a que nós os Portugueses não deixamos de dar forte contributo, têm ajudado o pujante renascer económico da nossa irmã peninsular, que alguns já vão classificando do «milagre espanhol».

Não há, pois, que encarecer, por visível de mais, o que de meritório teve a iniciativa oportuníssima que levou à efectivação deste aviso prévio.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Impunha-se que a matéria fosse discutida nesta Assembleia, já que o País se habituou a vê-la ocupar de tudo que ao interesse do mesmo diz respeito.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Foi essa efectivação feita de modo singular, dizendo bem do carinho e inteligente estudo que o problema mereceu ao ilustre Deputado avisante, Sr. Dr. Nunes Barata.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Ao prestar sincera homenagem a este distintíssimo parlamentar, não devemos esquecer que o magno assunto agora em discussão foi por várias vezes abordado nesta sala e que foi mesmo já alvo de largo debate por ocasião do aviso prévio que o nosso muito digno e muito ilustre colega, a quem todos tributamos merecida veneração, Sr. Dr. Paulo Cancella de Abreu sobre o assunto efectivou.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E não se pode dizer que foi em vão que o problema foi debatido, pois. de então até agora, sem dúvida que os problemas do turismo em Portugal ganharam uma maioridade, o que. por certo, não aconteceu por acaso, mas porque foi possível, através dessas e outras ini-